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    13-02-2023
    O resultado provisório (gabarito) do vestibular de verão da Universidade Estadual de Maringá (UEM) foi divulgado nesta segunda-feira (13) na página da Comissão Central do Vestibular Unificado (CVU) e no aplicativo Vestibular UEM. O caderno de prova também está disponível para consultas nesses mesmos endereços eletrônicos. O prazo para recorrer é de 24 horas.

    O vestibular aplicado no domingo (12) não registrou nenhuma intercorrência. Segundo o coordenador-geral da Comissão Central do Vestibular Unificado (CVU), Ednei Santulo, o processo ocorreu dentro do esperado. Até mesmo o índice de abstenção, que neste ano foi de 34,5%, ficou dentro das expectativas. O número é semelhante aos de edições anteriores. No ano passado, a média de não comparecimento à prova foi de 33,22% e em 2020, de 46%.

    O coordenador da CVU explica que muitos motivos contribuíram para esse percentual. “Os fatores mais preponderantes parecem ser mesmo a época de realização da prova e o calendário acadêmico defasado. Tentamos alterar a data para dezembro ou janeiro, mas não foi possível devido à Copa do Mundo, sem contar que coincidiria com provas de outras universidades. Por isso, deixamos para fevereiro”, afirmou.

    De acordo com ele, o próximo vestibular de verão está previsto para dezembro, como acontecia tradicionalmente. Outra possibilidade é a volta da edição de inverno do concurso. Já a prova deve ocorrer novamente em apenas um dia.

    Os candidatos aprovados neste vestibular devem iniciar o ano letivo no segundo semestre. O objetivo é ajustar o quanto antes o calendário acadêmico, que precisou ser readaptado por conta da pandemia de Covid-19.

    VETIBULAR – A CVU recebeu 13.455 inscrições para 2.366 vagas nos 70 cursos de graduação oferecidos pela instituição. O curso mais concorrido foi o de Medicina, com 386 candidatos por vaga.

    A prova foi realizada nesse domingo (12) em 11 municípios paranaenses: Apucarana, Campo Mourão, Cascavel, Cidade Gaúcha, Cianorte, Curitiba, Goioerê, Ivaiporã, Maringá, Paranavaí e Umuarama.

    Os candidatos tiveram cinco horas para responder 50 questões objetivas de múltiplas alternativas e escrever uma redação, na qual tinham duas opções de abordagem em relação ao tema “mensalidade em universidade pública”.

    RESULTADO – A lista de aprovados será divulgada em 23 de março. A imagem da redação será divulgada no dia 15 de março, e o candidato terá 48 horas para recorrer, caso não concorde com o resultado. Para conferir o gabarito provisório e o caderno de prova basta acessar a página da CVU ou o APP Vestibular UEM, disponível em versões android e IOS.

    Caso o candidato ainda tenha dúvidas sobre o processo, pode entrar em contato pelo telefone (44) 3011-4450. O atendimento presencial da CVU é de segunda a sexta, das 07h40 às 11h40 e das 13h30 às 17h30.

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    04-01-2023
    Os programas e cursos de pós-graduação das sete universidades estaduais do Paraná avançaram no conceito de qualidade, de acordo com os novos resultados da Avaliação Quadrienal organizada pela Coordenação de Aperfeiçoamento do Pessoal do Ensino Superior (Capes). Ao todo, 13 cursos avaliados em relação ao período de 2017 a 2020 tiveram desempenho considerado de alto padrão internacional.

    As comissões responsáveis pela avaliação emitem pareceres e notas (conceitos) expressos numa escala de 1 a 7. Em comparação com a última avaliação, realizada em 2017, os cursos e programas das universidades estaduais paranaenses conquistaram melhor eficiência. Quatro foram classificados com conceito 7, que equivale a excelência acadêmica e padrão internacional, três a mais do que na edição anterior. Sete programas haviam conquistado nota 6 e agora nove têm a mesma nota.

    Os conceitos 7 e 6 expressam excelência internacional; 5 e 4 são considerados muito bom e bom; 3 é regular; e 2 e 1 implicam no descredenciamento dos cursos.

    “O resultado desta avaliação da Capes evidencia o crescimento da maturidade acadêmica das universidades estaduais. É um processo histórico e a dedicação faz com que as instituições possam continuar crescendo em qualidade”, avalia o secretário de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Aldo Nelson Bona, que destaca o compromisso governamental com a qualidade do ensino e da pesquisa científica.

    NOTA MÁXIMA – A Universidade Estadual de Londrina (UEL) teve três cursos com nota máxima. Os programas de pós-graduação em Ciência Animal e em Patologia Experimental passaram a contar com o conceito 7, e o Programa de Pós-Graduação em Ensino de Ciências e Educação Matemática manteve a nota 7 da edição anterior.

    A Universidade Estadual de Maringá (UEM) conquistou o conceito máximo pela primeira vez com o programa de pós-graduação em Ecologia de Ambientes Aquáticos Continentais (PEA).

    O número de programas com conceito muito bom também subiu, de 25 para 39. Foram 80 cursos com nota 4, 19 a mais em comparação com a avaliação anterior. Com classificação 3, o número diminuiu de 44 para 35. Em 2017, três cursos tiveram a nota 2. Nenhuma universidade estadual do Paraná teve programas avaliados com notas 1 ou 2 na atual pesquisa.

    MAIS ALUNOS – O número de programas de pós-graduação das universidades estaduais paranaenses aumentou de 139 para 167 no período avaliado, com 9 mil alunos em cursos de mestrado e doutorado.

    A pesquisa da Capes abrange 4.512 programas de pós-graduação stricto sensu (mestrado e doutorado) em todo o Brasil. Em nível nacional, a avaliação registrou o crescimento de 37% no número de programas considerados no nível de excelência acadêmica, passando de 490 para 671.

    INICIATIVAS – As instituições de ensino superior paranaenses receberam o aporte de R$ 11 bilhões nos últimos quatro anos. “O bom desempenho das universidades é resultado das políticas de investimento. Foi ampliado o financiamento dos programas de pós-graduação, o que repercute positivamente na produção científica e tecnológica do Paraná”, explica o secretário Aldo Bona.

    Outra ação que contribui para o incentivo à pesquisa foi o reajuste de 25% das bolsas para pesquisadores, professores, estudantes e profissionais recém-formados. O Paraná possui uma rede de instituições estaduais de ensino superior com sete universidades, cerca de 95 mil estudantes e 7.685 professores.

    CLASSIFICAÇÃO – A classificação da Capes é feita por meio de comissões formadas por 1.808 consultores especialistas, que avaliam os programas de pós-graduação com base em informações anuais públicas e transparentes, registradas pelas pró-reitorias de pós-graduação na plataforma do Sistema Nacional de Pós-Graduação (SNPG). Os critérios e indicadores utilizados contemplam a qualidade da produção científica, a qualificação de professores e a inserção social dos programas de pós-graduação.

    A avaliação dos programas é importante para o direcionamento de políticas de financiamento, como a distribuição de bolsas e verbas de custeio, e para os estudantes, na escolha dos cursos de mestrado e doutorado.

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    23-01-2023
    Uma iniciativa lançada pelo Governo do Estado em 2022 resultou no
    desenvolvimento de 86 projetos de extensão e pesquisa acadêmicas
    focados no empoderamento feminino. Pesquisadores e extensionistas
    de 13 diferentes instituições de ensino superior e de pesquisa do
    Paraná contam com um orçamento de R$ 4 milhões para o
    desenvolvimento de seus projetos.
    O programa Mulheres Paranaenses: Empoderamento e Liderança,
    articulado pela Secretaria de Estado da Ciência, Tecnologia e Ensino
    Superior e financiado pela Fundação Araucária, promove o apoio
    financeiro a instituições de ciência e tecnologia paranaenses, para
    financiar projetos que tenham o público feminino como beneficiário.

    A ação envolve as sete universidades estaduais, três federais (UFPR,
    UTFPR e Unila), as particulares PUCPR e Instituto Cesumar e o
    Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná (IDR Paraná). Juntas, as
    instituições desenvolvem projetos voltados às paranaenses com temas
    como saúde, combate à violência contra mulheres,
    empreendedorismo, meninas na ciência e empoderamento, além de
    atuar com mulheres indígenas, da agricultura familiar, em situação de
    rua e em situação de vulnerabilidade social.
    A iniciativa foi planejada com a participação de mulheres
    representantes de universidades de todas as regiões do Paraná. Há
    diversas linhas de atuação, que incluem áreas como saúde da mulher,
    a efetividade das políticas públicas e também aborda questões sobre
    como reduzir a violência de gênero e melhorar a inclusão digital por
    meio de ações universitárias de ensino, pesquisa e extensão.
    Com a capilaridade das universidades paranaenses, especialmente as
    estaduais, e a abrangência das linhas de pesquisa e extensão, o
    programa tem a possibilidade de atender milhares de mulheres
    paranaenses. “A maior parte dos projetos contemplados tem como
    foco a extensão universitária, com os estudantes e pesquisadores
    atuando diretamente com a comunidade, transformando positivamente
    a vida das mulheres atendidas”, explica o gerente de Projetos da
    Fundação Araucária, Nilceu Jacob Deitos.
    O programa foi lançado no ano passado, mas a ideia é abrir chamadas
    públicas a cada dois anos para receber novos projetos das instituições
    de ensino superior. O programa não busca a atuação somente de
    equipes de mulheres, mas é voltado a projetos que atendam
    exclusivamente o público feminino. O prazo de execução dos projetos
    é de 48 meses.
    SAÚDE DA MULHER – Um dos 86 projetos beneficiados trabalha na
    prevenção do câncer de mama com agricultoras do Sudoeste do
    Estado e envolve os cursos de Medicina, Nutrição, Geografia e os
    programas de Ciências Aplicadas à Saúde do campus de Francisco
    Beltrão da Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unioste). A
    proposta é capacitar as mulheres para manipular de forma segura os
    defensivos agrícolas utilizados na lavoura.
    A iniciativa é coordenada pela pesquisadora Carolina Panis, que desde
    2014 investiga o perfil do câncer de mama na população do Sudoeste,
    atuando especialmente com as agricultoras. A expectativa é capacitar
    entre mil e 3 mil mulheres.
    Com o recurso que recebeu do edital, a equipe de pesquisa, que conta
    com a participação de três professores e alunos da graduação,
    mestrandos, doutorandos e pós doutorandos, pretende chegar às
    mulheres que ainda não desenvolveram a doença, usando a educação
    e a informação como formas de prevenção.
    Eles atuam junto com 27 coletivos de mulheres agricultoras,
    envolvendo todos os municípios da 8ª Regional de Saúde do Paraná,
    com palestras e bate-papos para falar sobre prevenção do câncer. A
    segunda etapa, que está em andamento, inclui a capacitação dessas
    mulheres, com materiais elaborados pelo grupo com orientações sobre
    a forma correta de manipular produtos químicos.
    Em uma terceira etapa, os pesquisadores irão até as propriedades
    para paramentar as agricultoras com luvas e equipamentos de
    proteção individual, que devem ser utilizados tanto no momento de
    manipulação dos agrotóxicos como na descontaminação dos
    equipamentos e das roupas utilizadas por elas e pelos seus maridos.
    Entre uma etapa e outra, será feita a coleta da urina das participantes
    para avaliar a presença de produtos químicos no organismo.
    “Eu atuo há mais de oito anos investigando os casos de câncer de
    mama na região Sudoeste, mas queria chegar a uma etapa anterior,
    para trabalhar com as mulheres que não têm a doença”, conta
    Carolina. “Eu vi no edital da Fundação Araucária essa oportunidade,
    com foco principalmente nas agricultoras porque são o grupo mais
    vulnerável, buscando mitigar o contato delas com os agrotóxicos, que
    é um possível fator de risco para o desenvolvimento de câncer”.
    A pesquisadora afirma que o programa contribui para colocar a
    academia a serviço da população, em especial das mulheres. “É um
    problema da região, e a universidade tem o papel de alcançar essas
    pessoas para orientar e reduzir a incidência de novos casos”, destaca.
    OUTRO EXEMPLO – Na Universidade Estadual de Maringá (UEM),
    outro projeto beneficiado pelo programa também atua na prevenção do
    câncer em mulheres, desta vez o do colo do útero. Liderado pela
    professora e pesquisadora Márcia Consolaro, do Departamento de
    Análises Clínicas e Biomedicina da UEM, a iniciativa incentiva a
    autocoleta de material para análise para aquelas mulheres que, por
    algum motivo, não realizam o papanicolau.
    Para isso, agentes comunitárias de saúde serão capacitadas para ir às
    residências e fazer a busca ativa das mulheres que está há cinco anos
    ou mais sem fazer o exame preventiva. Elas darão a orientação para
    que as próprias pacientes façam a coleta do material que será enviado
    para a análise clínica.
    “Além de questões comportamentais, algumas mulheres têm uma
    barreira e não fazem o exame por achar que serão diagnosticadas com
    câncer. Mas o teste, na verdade, consegue detectar as fases iniciais,
    que são completamente curáveis”, explica a pesquisadora. “Com esse
    projeto, teremos a oportunidade de abrir as portas às mulheres para
    que possam acessar as políticas de saúde, além de contar com o
    trabalho de outras mulheres, as agentes comunitárias, que vão replicar
    os métodos de prevenção”.

    aen1
    16-01-2023
    Há mais de duas décadas o Paraná implementou uma política pública de incentivo à educação superior para estudantes oriundos de etnias, comunidades e territórios indígenas localizados em todo o Estado. Anualmente, de forma gratuita, são ofertadas 52 vagas para diferentes cursos regulares de graduação, por meio de um processo seletivo exclusivo, denominado Vestibular dos Povos Indígenas do Paraná. Eles são no formato presencial e na modalidade educação a distância (EaD), em nível de bacharelado, licenciatura e tecnológico.

    São 42 vagas distribuídas entre as universidades estaduais de Londrina (UEL), Maringá (UEM), Ponta Grossa (UEPG), do Oeste do Paraná (Unioeste), do Centro-Oeste (Unicentro), do Norte do Paraná (UENP) e do Paraná (Unespar); e dez vagas pela Universidade Federal do Paraná (UFPR). A cada edição, os processos seletivos são organizados em um sistema de rodízio pelas instituições de ensino, que atuam em parceria.

    Atualmente, 291 estudantes indígenas são universitários e 195 já se formaram, sendo 92 nos últimos quatro anos. O Brasil registrou um aumento de 695% no número de indígenas matriculados no ensino superior entre 2010 e 2018, último ano em que os dados foram divulgados no Censo da Educação Superior do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep). Eram 7.256 indígenas matriculados e esse quantitativo passou para 57.706, o que representa 0,68% do total de estudantes em universidades, centros universitários e faculdades.

    No Paraná vivem cerca de 13.300 indígenas e aproximadamente 70% pertence ao povo caingangue, o que reforça a importância e perenidade do projeto. O Estado tem 23 terras indígenas demarcadas pelo governo federal: Apucarana, Avá-Guarani do Ocoí, Barão de Antonina, Boa Vista, Cerco Grande, Faxinal, Herarekã Xetá, Ilha da Cotinga, Ivaí, Laranjinha, Mangueirinha, Marrecas, Palmas (divisa com SC), Pinhalzinho, Queimadas, Rio Areia, Rio das Cobras, Sambaqui, São Jerônimo, Tekohá Añetete, Tekoha Itamarã, Tibagy/Mococa e Yvyporã Laranjinha.

    Esta reportagem da série “Paraná, o Brasil que dá certo” mostra como o acesso à universidade tem transformado a realidade de estudantes oriundos de comunidades indígenas.

    Ronaldo Alves da Silva, com o nome indígena Awa Djerokydju, que significa dançarino sagrado, tem 33 anos, pertence à etnia Guarani e é da Terra Indígena Pinhalzinho, no Norte Pioneiro, onde vivem cerca de 160 indígenas. Na escola ele já percebeu a necessidade da presença de professores indígenas que trabalhassem com a cultura local. E esse cenário foi o que motivou Ronaldo a buscar uma formação de ensino superior para contribuir com a comunidade.

    “Eu optei por um curso que me formasse para voltar à minha comunidade e trabalhar nas escolas com as crianças indígenas, por isso escolhi ser professor”, explica. Em 2009 ele ingressou na Universidade Estadual de Maringá (UEM) para cursar Educação Física. No início teve dificuldade em se adaptar na cidade e também sentia falta da família. Com o apoio da Cuia (Comissão Universidade para os Povos Indígenas), em 2013 pediu transferência para o curso de Pedagogia, no qual se formou em 2018.

    Há cinco anos ele é professor na Escola Estadual Indígena Yvy Porã, no município de Tomazina, também no Norte Pioneiro, e atua no ensino fundamental. O seu principal objetivo é valorizar a cultura ancestral e a origem dos povos indígenas. “Procuramos formar as crianças mostrando para elas as raízes, fortalecendo a identidade cultural e mostrando o quanto a nossa cultura é importante”, afirma.

    Após o curso de Pedagogia, Ronaldo ainda fez uma Especialização em Gestão Escolar Indígena, também na UEM, e incentivou a esposa Adriane da Silva a cursar Pedagogia. Desde o ano passado ela trabalha na mesma escola que ele.

    Além da área da educação, profissionais da área da saúde têm um papel importante nas terras indígenas, o que ficou muito evidente para todos os brasileiros durante a pandemia de Covid-19. Por isso, Silvana Matias, da etnia Guarani Nhandewa, decidiu entrar na universidade. Seu nome indígena é Kunhã Poty Porã, que significa flor bonita. Ela tem 48 anos e mora na Terra Indígena Laranjinha, localizada no município de Santa Amélia, no Norte Pioneiro. A comunidade existe há 104 anos e, atualmente, reúne 238 moradores de 78 famílias indígenas.

    Ela começou o curso de Medicina na UEM em 2005, mas a distância da família e dos filhos e a mudança de cidade fizeram com que Silvana voltasse à comunidade. No ano seguinte, pediu transferência para o curso de Enfermagem e retornou, dessa vez com a família, para Maringá. Durante o percurso, Silvana trabalhou como agente indígena de Saúde e depois como técnica em Enfermagem, área que tem formação na comunidade. No dia a dia percebe a necessidade de aumentar o número de profissionais da área da saúde para atuar na aldeia.

    Depois de concluir efetivamente o curso, ela voltou a trabalhar na Unidade Básica de Saúde Indígena (UBSI), onde coordena uma equipe multidisciplinar com 14 pessoas, todos indígenas. Na UBSI também atuam uma médica e uma dentista, formadas pela Universidade Estadual de Londrina (UEL). As duas profissionais também ingressaram no ensino superior pelo Vestibular dos Povos Indígenas.

    A relação com a comunidade da qual faz parte é muito importante. “Acompanhamos o pré-natal, vemos a criança nascer, desenvolver e crescer com a nossa ajuda. Você vê o idoso confiar na sua palavra, chamar você pra contar algo que aconteceu com ele, é especial”, diz Silvana.

    Além da importância da atividade que desenvolve na aldeia, ela destaca o reconhecimento que recebe dos demais membros da aldeia. “Você volta para a comunidade diferente, sendo um exemplo a ser seguido, é muito gratificante. Quando você faz uma palestra e chama o pessoal, eles te veem como uma referência, e isso é muito gratificante”, completa.

    O contato com indígenas que saíram da aldeia para estudar e que voltam para contribuir com a comunidade é um incentivo para outros indígenas a buscar a educação superior, seja para atuar na própria terra indígena ou fora dela. Silvana é exemplo para os dois filhos: Isabelly Nathuane Matias Claudino, que estudou Enfermagem na UEM e agora faz Residência Técnica em Gestão da Segurança Pública, em Maringá, e Mateus Henrique Matias Claudino, que desde 2021 cursa Medicina na UEPG.

    ACOMPANHAMENTO – A Comissão Universidade para os Povos Indígenas (Cuia) é outra conquista das universidades paranaenses. Ela foi criada para acompanhar pedagogicamente os alunos indígenas, promover o acesso, permanência e a conclusão dos cursos de graduação. A comissão é vinculada à Secretaria de Estado da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior do Paraná e tem representantes da pasta e das universidades envolvidas.

    A educação dos povos originários envolve adaptações curriculares e pedagógicas para inclusão dessa parcela da população nos modelos educacionais. A Cuia, além de ser responsável pela organização do vestibular, também analisa e propõe ações relacionadas ao investimento para a permanência dos estudantes indígenas na universidade.

    Depois de matriculados, os universitários indígenas recebem o auxílio instalação no valor de R$ 1.125,00 e o auxílio permanência, durante o período que estiverem na universidade, no valor de R$ 1.125,00, com acréscimo de 50% do valor para os que possuem filhos, totalizando R$ 1.687,50. As bolsas pagas pelo Governo do Estado foram reajustadas em 25% no ano passado, e o auxílio pago pelo governo federal segue com o valor de R$ 900.

    Entre 2019 e 2021, o governo do Paraná destinou R$ 8,5 milhões para o custeio desses benefícios acadêmicos, com impacto significativo na redução da evasão universitária e, consequentemente, na diplomação desse público.

    O secretário estadual da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Aldo Nelson Bona, destaca o pioneirismo do Estado nas políticas de ação afirmativa para a população indígena. “Outras universidades também oferecem ações específicas para estudantes indígenas, mas só no Paraná existe um programa estadual estruturado e organizado para o acesso dessa população ao ensino superior. Temos diversos estudantes indígenas formados em diferentes áreas e isso demonstra a atenção que o estado dedica aos povos originários”, afirma.

    Além do Vestibular dos Povos Indígenas do Paraná, as instituições de ensino superior também oferecem possibilidades para o ingresso de indígenas pelo sistema de cotas sociais nos vestibulares convencionais.

    A coordenadora da Cuia, professora Dulcinéia Galliano Pizza, explica a importância do acesso ao ensino superior para estudantes indígenas. “As políticas de acesso e permanência de estudantes indígenas ao ensino superior é de extrema relevância, tendo em vista as diferenças culturais, na qualificação da educação e das oportunidades entre os indígenas e não indígenas”, reforça a docente, que é vinculada à Unespar.

    A ação afirmativa paranaense assegura o direito dos povos originários à educação, conforme determina a Constituição Federal de 1988 e a Lei Estadual nº 14.453/2004, com amparo também nas leis nº 13.134/2001 e nº 14.995/2006. Além desses instrumentos normativos, resolução e portaria da Seti estabelecem a Cuia.

    VESTIBULAR 2023 – Neste ano, as inscrições para o 22º Vestibular dos Povos Indígenas do Paraná seguem abertas até 13 de fevereiro. Os candidatos devem apresentar documento comprobatório da origem indígena e comprovar a conclusão do Ensino Médio. Segundo o Manual do Candidato , as instituições disponibilizaram 551 opções de cursos de graduação em diferentes câmpus localizados em Curitiba e em 32 municípios do interior paranaense, nos turnos da manhã, tarde e noite.

    As provas serão aplicadas nos dias 7 e 8 de maio, na Capital e em territórios indígenas de seis cidades: Cornélio Procópio, Mangueirinha, Manoel Ribas, Nova Laranjeiras, Santa Helena e Tamarana. No primeiro dia será uma prova oral de Língua Portuguesa e no segundo dia uma prova objetiva, com questões de Português (interpretação de texto), Matemática, Biologia, Física, Química, História, Geografia e Línguas Estrangeiras e Indígenas (Inglês, Espanhol, Guarani ou Caingangue), além da redação.

    OUTRO EXEMPLO – Outra conquista para entrar para a história dos povos indígenas do Paraná aconteceu no final do ano passado. 22 estudantes das etnias caiagangue, guarani, guarani mbya e xetá colaram grau na primeira formatura do curso de Pedagogia Indígena da Universidade Estadual do Centro-Oeste (Unicentro). A diplomação foi, também, a primeira de um curso de graduação desenvolvido em uma terra demarcada na história do Estado. Ela foi realizada na comunidade de Rio das Cobras, no interior de Nova Laranjeiras (Centro-Sul do Estado).

    A formatura é resultado de um extenso trabalho. Em 2022, após quatro anos de análises, o curso de Pedagogia Indígena passou pelo processo de reconhecimento do Governo do Estado. Ele recebeu nota 4,7, sendo a máxima 5, levando em conta os seguintes critérios: metodologia pedagógica, corpo docente e estrutura. A avaliação também recomendou que a universidade trabalhe para que o curso, criado para atender um ciclo, se torne permanente.

    SÉRIE – “Paraná, o Brasil que dá certo” é uma série de reportagens da Agência Estadual de Notícias. São apresentadas iniciativas da administração pública estadual que são referência para o Brasil em suas áreas. Confira AQUI as reportagens já publicadas da série.

    Confira a quantidade de cursos ofertados por universidade e as cidades:

    UEL – 65 cursos (Londrina)

    UEM – 86 cursos (Maringá, Cianorte, Cidade Gaúcha, Goioerê, Ivaiporã e Umuarama)

    UEPG – 75 cursos (Ponta Grossa e Telêmaco Borba)

    Unioeste – 65 cursos (Cascavel, Foz do Iguaçu, Francisco Beltrão, Marechal Cândido Rondon e Toledo)

    Unicentro – 58 cursos (Guarapuava, Chopinzinho, Coronel Vivida, Irati, Pitanga e Prudentópolis)

    UENP – 29 cursos (Jacarezinho, Bandeirantes e Cornélio Procópio)

    Unespar – 78 cursos (Curitiba, Apucarana, Campo Mourão, Paranaguá, Paranavaí e União da Vitória)

    UFPR – 95 cursos (Curitiba, Jandaia do Sul, Matinhos, Palotina, Pontal do Paraná e Toledo)

    Serviço do Vestibular 2023:

    Inscrições: até 13 de fevereiro – AQUI

    Homologação de inscrições: 15 de fevereiro

    Ensalamento: 24 de abril

    Aplicação de provas: 7 e 8 de maio

    Divulgação de gabarito: 9 de maio

    Divulgação de aprovados: 31 de maio

    Confira o vídeo:
    https://www.youtube.com/watch?v=o_6zejpdFeA

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    02-01-2023
    O Governo do Estado implementou várias ações para estimular a inovação e a cultura empreendedora nas universidades estaduais. Entre as iniciativas está o Programa de Estímulo às Ações de Integração Universidade, Empresa, Governo e Sociedade, denominado Agência de Desenvolvimento Regional Sustentável e de Inovação (Ageuni). O objetivo é apoiar ideias de negócios e agregar tecnologia aos processos de produção de bens e serviços para aumentar a competitividade empresarial.

    Idealizada pela então Superintendência Geral de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (Seti), a Ageuni está instalada em cada uma das sete instituições estaduais de ensino superior, com atendimento aos empreendedores nos Núcleos de Inovação Tecnológica (NITs). A operacionalização do programa conta com a parceria da Fundação Araucária de Apoio ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico.

    Desde 2021, o programa recebeu aporte de R$ 11,28 milhões. Desse montante, R$ 6,2 milhões foram aplicados nas primeiras atividades das unidades da Ageuni, com custeio de bolsas para professores, estudantes e profissionais formados; investimento na aquisição de equipamentos e mobiliários e na reforma e adequação de espaços físicos nos campus universitários.

    Para o gestor da área, Aldo Nelson Bona, um estado forte e desenvolvido reflete uma economia dinâmica e competitiva, fundamentada na informação e no conhecimento. “O investimento em pesquisa e desenvolvimento proporciona grandes benefícios socioeconômicos. Por isso, a ideia é conciliar o conhecimento científico e tecnológico gerado nas universidades com o processo de desenvolvimento econômico e social e de geração de emprego e renda, estabelecendo uma economia baseada no conhecimento”, afirma.

    A Ageuni contempla um sistema de governança com atuação de diferentes atores para identificar as vocações regionais. A governança estadual já está implantada e conta com parceiros institucionais do segmento produtivo, de diferentes setores econômicos (industrial, rural, comércio e serviços).

    A implantação das unidades envolve três fases: criação, estruturação e consolidação. Atualmente na terceira etapa, uma vez que já foi implantado o sistema de governança estadual, as agências seguem com o processo de implementação das governanças regionais, que entre outras atribuições devem sinalizar as demandas locais.

    QUALIFICAÇÃO E OBRAS – Vinculados à Ageuni, dois outros programas reforçam o desenvolvimento regional. O Paraná Empreende Mais (PEM) consiste na oferta de um curso online e gratuito de capacitação gerencial e mercadológica para empreendedores individuais e micro, pequenos e médios empresários. Até dezembro deste ano, a formação alcançou a marca de 3.474 inscritos, oriundos de mais de 300 municípios paranaenses. Além dos empreendedores, a iniciativa também qualificou cidadãos que pretendem abrir novos negócios.

    Outra iniciativa é o Escritório de Projetos de Engenharia (Projetek), que tem como finalidade auxiliar obras públicas de pequenos municípios com até 30 mil habitantes. A ação recebeu recursos da ordem de R$ 2,44 milhões para investimentos (infraestrutura predial, mobiliários, equipamentos e softwares) e custeio de bolsas-auxílio. Os espaços acadêmicos estão equipados com tecnologia na área da construção civil para elaborar projetos arquitetônicos de empreendimentos públicos, como creches, escolas, postos de saúde, entre outras edificações.

    A coordenadora do Projtek da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG), professora Patrícia Kruger, que também atua no Departamento de Engenharia Civil, reforça os aspectos sociais e de sustentabilidade dessa iniciativa. “Esses escritórios modelos são uma ação de cunho social e sustentável para atender as demandas de prefeituras de pequeno porte. Serão elaborados projetos de edificações públicas, de acordo com as necessidades dos municípios, utilizando a tecnologia com foco na qualidade e na minimização de problemas”, detalha.

    As equipes do Projetek são multidisciplinares, compostas por professores e estudantes de graduação e pós-graduação de Arquitetura e Urbanismo, Engenharia Civil e Engenharia Elétrica, além de profissionais registrados nos respectivos conselhos de classe.

    Para reduzir os custos das obras, foi adotada a tecnologia BIM (sigla em inglês para Building Information Modeling ou Modelagem de Informações da Construção), que possibilita a atuação simultânea e colaborativa das áreas envolvidas nos projetos de edificações e instalações.

    A UEPG irá atender, a partir de fevereiro, as cidades de Arapoti, Carambeí, Curiúva, Imbaú, Ipiranga, Ivaí, Ortigueira, Piraí do Sul, Porto Amazonas, Reserva, São João do Triunfo, Sengés, Tibagi e Ventania. Alguns empreendimentos estão em fase de prospecção, como creche, unidade básica de saúde e centros de atendimento para idosos, de reabilitação e hidroterapia e de informações turísticas.

    A Universidade Estadual de Londrina (UEL) está desenvolvendo projetos para os municípios de Cafeara, Guaraci, Lupionópolis, Prado Ferreira e Sertanópolis. Entre as obras estão centros de educação infantil, arena de esportes, barracões industriais, clínica de fisioterapia, entre outros.

    Já as universidades estaduais de Maringá (UEM), do Oeste do Paraná (Unioeste) do Centro-Oeste (Unicentro), do Norte do Paraná (UENP) e do Paraná (Unespar) devem começar o atendimento em março de 2023.

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