Premiação de estudantes e pesquisadores traz como tema Conectividade e Inclusão Digital, prêmios chegam a R$ 40 mil
Estudantes e pesquisadores podem se inscrever até 4 de outubro na 30ª edição do Prêmio Jovem Cientista, que neste ano traz como tema “Conectividade e Inclusão Digital”. Retomado no ano passado pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, após ter sido descontinuado em 2019, o prêmio é uma iniciativa do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) em parceria com a Fundação Roberto Marinho (FRM), e conta com a Editora Globo e Canal Futura como parceiros de mídia. A edição deste ano marca o início da parceria da Shell na promoção do prêmio.
Apesar de a conectividade ser uma realidade presente no dia a dia da sociedade, muitos ainda não possuem acesso à internet. Assim, a ideia é incentivar os jovens pesquisadores a olharem para os desafios e oportunidades do mundo conectado. A premiação busca projetos que passem, por exemplo, desde a construção de modelos utilizando inteligência artificial para endereçar questões de saúde pública, educação e sustentabilidade, até a necessidade de uma discussão mais filosófica sobre a ética em tempos de realidade virtual.
As inscrições podem ser feitas através da página do Prêmio Jovem Cientista. Entre as premiações previstas estão laptops, bolsas do CNPq e valores em dinheiro que vão de R$ 12 mil a R$ 40 mil. Em 37 anos, o Prêmio Jovem Cientista já premiou mais de 194 pesquisadores e estudantes, além de 21 instituições de ensino superior e médio.
O Prêmio Jovem Cientista foi criado em 1981 pelo CNPq, em parceria com a FRM e empresas da iniciativa privada, com o objetivo de revelar talentos, impulsionar a pesquisa no país e investir em estudantes e jovens pesquisadores que procuram soluções inovadoras para os desafios da sociedade. Considerado um dos mais importantes reconhecimentos aos jovens cientistas brasileiros, o prêmio apresenta, a cada edição, um tema importante para o desenvolvimento científico e tecnológico, que atenda às políticas públicas da área e seja de relevância para a sociedade brasileira.
Conectividade e Inclusão
Com a pandemia, em especial no Brasil, uma ampla reflexão sobre a conectividade e inclusão digital surgiu, face aos problemas que aconteceram em vários segmentos da sociedade. Professores, escolas, estudantes e suas famílias enfrentaram e ainda enfrentam muitas adversidades. Segundo dados da pesquisa TIC Educação 2022, organizada pelo Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da Informação, 94% das escolas brasileiras de Ensino Fundamental e Ensino Médio possuem acesso à internet, mas isso não significa que a conectividade/inclusão estejam garantidas, já que apenas 58% das escolas possuem equipamentos conectados (computadores, notebooks, tablet etc.) para uso dos alunos; 42% dos alunos usuários de Internet usam a rede móvel para acessar a Internet na escola e 31% usufruem da rede Wi-Fi da instituição; 60% dos alunos que estudam em escolas localizadas em áreas rurais mencionaram o sinal da Internet fraco ou ruim como um motivo para não acessar a Internet na escola.
Esse cenário representa um desafio para os pesquisadores que vão concorrer ao Prêmio Jovem Cientista. As cinco categorias contempladas são: Mestre e Doutor, Estudante do Ensino Superior, Estudante do Ensino Médio, Mérito Institucional e Mérito Científico, que celebra um pesquisador doutor que, em sua trajetória, tenha se destacado na área relacionada ao tema da edição.
Nas categorias “Mestre e Doutor” e “Estudante de Ensino Superior”, serão aceitas as seguintes linhas de pesquisa:
- Tecnologias alternativas para acesso à internet e inclusão digital para promoção da cidadania digital
- Ensino de computação desplugado e educação digital
- Formação, conhecimentos e competências digitais, conectividade e diversidade
- Ética digital, E-gov, governança digital e green digital
- Usabilidade, letramento digital para idosos e estratégias para acessibilidade universal
- Tecnologias assistivas na educação, conectividade para estudantes e professores
- Inclusão digital na internet das coisas, infraestrutura e equipamentos
- Divulgação científica, divulgadores e tecnologias educacionais
- Medicina de precisão e Inteligência Artificial
- Telessaúde, Saúde digital e Inteligência Artificial, e Telemedicina
- Inclusão digital e interseccionalidades, questões de raça/cor, gênero e orientação sexual no mundo digital
- Mulheres em atividade no campo digital, equidade de gênero e inclusão digital com equidade
Já na categoria “Estudante de Ensino Médio”, as linhas são:
- Educação e as novas formas de ensino e aprendizagem com o uso das tecnologias digitais
- Sustentabilidade e a conectividade a favor da preservação dos recursos naturais e da justiça social
- Ética em tempos de Inteligência Artificial e Multiverso
- Inclusão e Democratização com o uso de novas tecnologias e alternativas para o acesso de todos
- Formação, Conhecimento e Competências Digitais para um mundo conectado e digital em constante transformação
Cada categoria do prêmio atende a um determinado público. Para concorrer como “Mestre e Doutor”, são aceitos estudantes de mestrado, mestres, estudantes de doutorado e doutores com até 39 anos de idade em 31 de dezembro de 2024. Já em “Estudante do Ensino Superior”, estudantes que estejam frequentando cursos de graduação ou que tenham concluído a graduação a partir de 1º de janeiro de 2023 e tenham menos de 30 anos de idade em 31 de dezembro de 2024 podem se inscrever. Para concorrer na categoria “Estudante de Ensino Médio”, os alunos devem estar regularmente matriculados em escolas públicas ou privadas de Ensino Médio e Profissional e Tecnológico, com menos de 25 anos de idade em 31 de dezembro de 2024.
(Com informações do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações)