Evento terminou na quinta-feira (1) com o anúncio do plano estratégico da área para os próximos 10 anos
A 5ª Conferência Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação (CNCTI), que ocorreu esta semana, em Brasília, termina com saldo positivo. Essa é a impressão da comitiva paranaense que participou do evento. Entre o grupo, estão representantes do NAPI Paraná Faz Ciência, da Universidade Estadual de Maringá (UEM) e da Fundação Araucária (FA).
Com mais de 5 mil inscritos presenciais e 4 mil de forma on-line, a Conferência proporcionou um debate amplo, que engajou pesquisadores, estudantes, professores e sociedade em geral. O evento começou terça-feira (30) e terminou quinta (1), com uma programação repleta de palestras, eixos de debate, O tema central foi “Para um Brasil justo, sustentável e desenvolvido”.
O presidente Luiz Inácio da Silva abriu a 5ª CNCTI, na terça-feira (30), depois da apresentação da Orquestra Alada Trovão da Mata, do Distrito Federal. Em seguida, um grupo de cientistas fez a entrega do Plano Brasileiro de Inteligência Artificial (IA) 2024-2028, que regulamenta o uso de IA no país.
O documento chegou às mãos do presidente Lula, que disse que a inteligência brasileira “precisa ser inteligente para gerar empregos para nossa população e nossos jovens. Esse documento sobre IA feito por cientistas e pesquisadores é revolucionário. O Brasil precisa aprender a voar”.
Programação
A programação oficial de debates começou com uma plenária que reuniu o secretário-geral do 5ª CNCTI, Sérgio Machado Rezende, e a ministra da Ciência, Tecnologia e Inovação, Luciana Santos. Ela destacou que “a maioria dos inscritos são mulheres e meninas. Nós estamos aqui [na CNCTI] para fortalecer a ciência”.
Esteve presente também a Embaixadora da Ciência, Jaqueline Góes. A cientista disse que, com a organização da Conferência, “temos a oportunidade de debater sobre as desigualdades no Brasil e sobre as estratégias para a maioria minorizada da população.”
A equipe paranaense contou com o secretário de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (Seti), Aldo Bona; o presidente da Fundação Araucária, Ramiro Wahrhaftig; e o diretor de Ciência, Tecnologia e Inovação da Fundação, Luiz Márcio Spinosa; o diretor de Ciência e Tecnologia da Seti, Marco Aurélio Pelegrina; além dos articuladores do NAPI PRFC, Débora Sant’ Ana e Rodrigo Reis.
A comitiva do Governo do Estado na CNCTI 2024 teve ainda os reitores da Universidade Estadual de Londrina (UEL), Marta Regina Favaro; da Universidade Estadual de Maringá (UEM), Leandro Vanalli; da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG), Miguel Sanches Neto; e da Universidade Estadual do Centro-Oeste (Unicentro), Fábio Hernandes. Também integraram o grupo diretores, coordenadores e assessores da Seti e da Fundação Araucária e professores das instituições estaduais de ensino superior. além de pesquisadores de outros NAPIs.
Segundo Bona, a conferência reforçou a confiança no caminho adotado pelo Paraná e proporcionou a oportunidade de conhecer as estratégias elaboradas em outras regiões do país. “Esse evento nos permite ampliar a rede de contatos, fortalecendo a perspectiva de cooperação com outros estados e o governo federal”, salientou.
O reitor Leandro Vanalli destacou a importância de a UEM estar presente, “mostrando o que fazemos de melhor. Não só a nossa Universidade, mas toda a comunidade científica do Paraná presente aqui em Brasília”.
Temas
Os paranaenses participaram de debates sobre mudanças climáticas, informatização, agronegócios, entre outas questões. O NAPI Paraná Faz Ciência integrou, especialmente, os debates acerca de divulgação e popularização da ciência.
Na tarde de quarta-feira (31), teve esse tema foi destaque. Uma das mesas contou com a fala da diretora da área do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), Juana Nunes, e muitos representantes do NAPI Paraná Faz Ciência estavam na plateia como o articulador do Arranjo Rodrigo Reis.
O professor destacou a necessidade de investimentos públicos significativos em divulgação da ciência. “Precisamos que esse grupo se articule para que esses recursos sejam previstos, porque acredito que o presidente Lula e a ministra Luciana Santos concordam com a importância de fortalecer a popularização do conhecimento científico”.
A outra articuladora do NAPI, professora Débora Sant’ Ana reforçou a discussão, dizendo que “formar os cientistas do amanhã e enfrentar os desafios do desenvolvimento depende do que fizermos para popularizar a ciência e fortalecer a cultura científica do nosso país”.
O professor Reis ainda levou essas discussões para a mesa de Educação para a Ciência, da qual ele participou, na tarde de quinta-feira (1). Reis apresentou o NAPI e os projetos do Arranjo como o Conexão Ciência- C², o PICCE e a Rede de Clubes Paraná Faz Ciência, todos focados na popularização da ciência. Ainda destacou que o NAPI “é o primeiro grande projeto aprovado pelo PopCiência, financiado pelo MCTI”.
Contatos
O NAPI Paraná Faz Ciência e a equipe da Fundação Araucária tiveram a oportunidade de trocar muitas experiências com os participantes da 5ª CNCT&I. O grupo dialogou com entidades ligadas às universidades como a União Nacional dos Estudantes (UNE). A presidente Manuela Mirella comemorou a oportunidade de participar da organização da 5ª CNCTI. Para ela, “esse é um grande avanço para que possamos contribuir para a criação de políticas que garantam o desenvolvimento do país”.
O presidente da Associação Nacional dos Pós-Graduandos (ANPG), Josué Guimarães, ampliou a perspectiva de Mirella, dizendo que “ocupar esses espaços de discussão e decisão garantem a valorização da ciência no Brasil”.
A grande comitiva do Paraná pode, ainda, interagir com representantes da Associação Brasileira de Museus e Centros de Ciências (ABCMC) e a Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), duas entidades que apoiam da democratização do conhecimento científico.
De acordo com os paranaenses, a Plenária final da 5ª Conferência Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação, realizada na quinta-feira (1), à noite, foi uma celebração. O evento terminou propondo o planejamento estratégico da área para a próxima década. Segundo a professora Débora Sant’ Ana, “acabou, mas vai deixar saudade. É um sentimento de esperança renovada para mudanças acontecerem. É hora de comemorar”, conclui a articuladora do NAPI PRFC.