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Apoiado pela Seti, projeto de extensão mantém produções vegetais e animais em comunidades terapêuticas de Iguatemi

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Responsabilidade social, sustentabilidade e segurança alimentar caminham lado a lado em um projeto de extensão da Universidade Estadual de Maringá (UEM). Vinculada ao Departamento de Agronomia (DAG) da UEM, a iniciativa mantém hortas comunitárias junto a casas de recuperação que atendem a pessoas em situação de rua ou com dependência de substâncias químicas, em Iguatemi, distrito de Maringá.

Próximas à Fazenda Experimental de Iguatemi (FEI/UEM), comunidades terapêuticas como o Projeto Vida e o Recanto Mundo Jovem contam, desde 2018, com produções próprias de hortaliças, apoiadas pela UEM. Na Casa de Acolhida Coração Imaculado há, ainda, criações de suínos, ovinos, aves e coelhos. Todas as culturas são mantidas com o trabalho voluntário de cerca de 80 internos das casas de recuperação, que enxergam, no projeto, uma oportunidade de aprendizado laboral e ressocialização.

A implantação e o suporte técnico às hortas e criações animais ficam a cargo de uma equipe formada por graduandos e egressos da UEM, coordenados pelo professor do DAG José Gilberto Catunda Sales. O projeto é vinculado ao programa Universidade Sem Fronteiras (USF), mantido pela Secretaria da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (Seti). Os estudantes participantes recebem bolsas de extensão, financiadas pelo Fundo Paraná.

Na manhã desta sexta-feira (21), o diretor-geral da Seti, Jamil Abdanur Júnior, visitou as hortas, em representação ao secretário da pasta, Aldo Nelson Bona. No local, Abdanur Júnior conheceu o trabalho realizado pelos extensionistas junto aos internos das casas de recuperação. “É extremamente importante percebermos que projetos como este trazem retorno social. São a ciência e a universidade a serviço da sociedade, cuidando daqueles que precisam e, para nós, é gratificante poder estar auxiliando neste processo”, afirmou.

“Para a Seti, visitar projetos como este é extremamente importante, porque conseguimos verificar, in loco, que os recursos estão sendo, de fato, bem investidos e trazendo resultados significativos para a sociedade. Cumprimento o coordenador do projeto e a UEM pela iniciativa”, completou. Ao fim da visita, o diretor-geral da Seti também foi recebido pelo reitor da UEM, Leandro Vanalli, pela vice-reitora, Gisele Mendes, e pela chefe de gabinete da Reitora, Maria Luísa Furlan Costa.

 

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Produção alimentar e responsabilidade social

As hortas comunitárias abastecem as cozinhas das próprias casas de recuperação, e o excedente é comercializado com estabelecimentos da região, como forma de geração de renda aos participantes. Há cultivos de alface, repolho, brócolis, couve, acelga, chuchu, abobrinha, salsinha, cebolinha, manjericão e outros. Entre os animais, destacam-se criações de porcos, ovelhas, patos e coelhos.

A produção livre de agrotóxicos garante a segurança alimentar dos internos e agrega conhecimento prático à formação dos estudantes. O principal objetivo da ação, no entanto, é o impacto social proporcionado a ambas as partes. “Os internos passam pela horta e veem que as plantas cultivadas por eles desde pequenas, agora, estão produzindo. Isso é prazeroso para as pessoas que estão em recuperação, é uma forma de ‘laborterapia’ voluntária”, destacou Catunda Sales.

“E, para os estudantes, o que queremos é que eles aprendam essa visão social, no sentido de amparar aqueles que estão passando por necessidades. Eu digo que esse projeto é a mão invisível do governo. Se conseguirmos passar um pouco desse senso de responsabilidade social para os estudantes, tenho certeza de que eles viverão em uma sociedade mais sadia, mais preocupada com o futuro e mais solidária”, completou o coordenador.

Graduanda do 3º ano de Zootecnia na UEM, Analice de Lima Lopes concorda. Integrante do projeto, a estudante atua, principalmente, nas criações animais da Casa de Acolhida Coração Imaculado. “Gosto muito do projeto, porque conseguimos aplicar um pouco do que aprendemos na faculdade, fora dela. Esse é um dos meus grandes interesses, além do objetivo principal: colocar isso em prática e ajudar, também, os internos, que ganham renda ou a própria proteína para consumo. Não é só um trabalho técnico, é social também”, enfatizou.

Já o agrônomo Eugênio Dias de Oliveira da Silva, formado pela UEM, acredita que a participação no projeto oportuniza crescimento pessoal e profissional aos participantes. “Participei desse mesmo projeto em 2019, ainda como graduando, e hoje eu trabalho como bolsista recém-formado e fico responsável por guiar os alunos na parte prática”, relatou o egresso. “Acredito que, para ser um bom profissional, tenho que saber trabalhar com diferentes tipos de pessoas. E é o que fazemos aqui: tem pessoas que nunca trabalharam com horta, e outras que, no passado, já viveram disso. Essa troca de experiências, com certeza, tem agregado muito na minha trajetória”, comemorou.

 

Projeto de extensão

Lançada em 2018, a ação já ocorreu em formatos variados e junto a outras entidades de Maringá, sempre com foco na ressocialização de pessoas em recuperação. Atualmente, a iniciativa é denominada “Implantação de hortas e criação de pequenos animais em casa de recuperação de dependentes químicos e moradores de rua”.

Também participam da iniciativa os estudantes de Agronomia da UEM André Tormena, Eloisa Rosseto Signori, Guilherme Boline de Souza, Gustavo Lehn Manini e João Paulo de Figueiredo Freitas.

Já o programa de extensão Universidade Sem Fronteiras (USF/Seti) visa ao cumprimento da função social das Instituições de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior do Paraná, por meio de parcerias com a sociedade civil organizada. As ações do programa buscam o desenvolvimento da extensão, articulada ao ensino e à pesquisa, para a produção tecnológica, cultural e social, voltada à inovação e à melhoria da qualidade de vida da população paranaense.