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Projeto foi desenvolvido para promover o conhecimento sobre as abelhas nativas e estimular a geração de renda por meio da meliponicultura 

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O meliponário da Universidade Estadual de Maringá (UEM) fica na Fazenda do Câmpus Regional de Umuarama (CAU/CCA) e é resultado de um projeto idealizado pelo professor Valdir Zucareli. O local foi inaugurado no dia 28 de fevereiro durante o evento Dia de Campo, realizado pelos estudantes do 4º ano do curso de Agronomia, e contou com a participação de mais de 200 pessoas. 

A meliponicultura é o nome dado ao segmento apícola de criação de abelhas sem ferrão. É uma atividade integrada à produção agroecológica com base na produção sustentável na qual são contemplados os três pilares da sustentabilidade de desenvolvimento econômico, social e ambiental. A prática consiste na utilização de abelhas da tribo Meliponini, que possui mais de 300 espécies nativas do Brasil, sendo a Jataí a mais conhecida delas. Por não possuírem glândulas de veneno e terem os ferrões atrofiados, essas espécies não apresentam riscos aos seres humanos, tornando sua criação comum em ambientes urbanos e rurais.

De acordo com Valdir Zucareli, a ideia de criar um meliponário no câmpus existia há bastante tempo, já que, é uma atividade presente em sua vida desde a infância. “Quando eu era criança era comum ver abelhas Jataí penduradas nos beirais das casas da área rural de Bragantina, Paraná. São memórias afetivas do local onde eu cresci”, comentou. Além de promover o conhecimento sobre as diferentes espécies de abelhas nativas, o projeto tem como objetivo integrar a comunidade interna e externa por meio de visitas guiadas ao local.

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A prática da meliponicultura é algo milenar nessa região do mundo, que foi iniciada pelos povos nativos das Américas Central e Sul, antes mesmo da colonização europeia. Entretanto, as ações predatórias do homem, os desmatamentos e as queimadas, colocam as abelhas nativas em risco de extinção. Assim, em um movimento de conscientização e preservação, a iniciativa do meliponário da UEM possui uma abordagem conservacionista na qual as ações humanas são responsáveis pela preservação desses animais. 

Sem muitos recursos disponíveis para executar a obra, o professor só conseguiu dar início ao projeto em novembro do ano passado, quando recebeu a ajuda dos estudantes Mauro Júnior, Giorgio Kenzo, Hugo Kenzo, Vinícius Piovezan, Francisco José, João Pinheiro e Gabriel Guilem. “Ao conversar com os alunos, eles compraram a ideia e me ajudaram a fazer o local com aproveitamento de restos de materiais que tinham em casa, no campus e que coletamos na cidade de Umuarama”, comentou Zucareli ao relembrar o processo de construção do meliponário.

Ele também destacou que todo o trabalho realizado pelos acadêmicos foi voluntário e sem auxílio financeiro, “depois do horário de aula ficavam lá me ajudando, realizamos tudo manualmente, carregamos pedras, areia e tijolos”. Alguns dos materiais utilizados na obra foram disponibilizados pelo CAU do Centro de Tecnologia (CTC), que forneceu os tijolos e os maquinários para limpeza do espaço. Além disso, o projeto também recebeu doações de vigas do Instituto Agronômico do Paraná (Iapar).

Desde a inauguração, o meliponário tem recebido visitas de colégios da região e mensagens de pessoas interessadas em começar a trabalhar com as abelhas sem ferrão. Como forma de promover o projeto, nas próximas semanas, os responsáveis pelo projeto vão ministrar um curso de introdução à meliponicultura no Colégio Agrícola Estadual de Umuarama.

Assim, além de promover a importância das abelhas na polinização, para a preservação do meio ambiente e também para a produção de alimento, o meliponário cumpre um dos pilares fundamentais da universidade, a extensão, ao difundir o conhecimento produzido com a comunidade externa.

Os interessados em conhecer o local podem agendar uma visita pelo telefone (44) 3621-9402 ou (44) 99900-6898.