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A formação do Educador Social é apontada para colaborar com o ambiente territorial, social e escolar

A Comissão de Educação (CE) do Senado realizou, na última quinta-feira (20), uma das três audiências públicas e interativas, para discutir a violência nas escolas e buscar soluções, a fim de garantir a proteção de crianças, adolescentes e profissionais da área de Educação. Com essas reuniões remotas, a CE pretende definir diretrizes para garantir a segurança física e mental dos membros da comunidade escolar.

Participaram do debate autoridades de segurança pública, educadoras e profissionais de saúde mental. Os debatedores apontaram medidas que devem colaborar com a ampliação da segurança no ambiente escolar. Entre os participantes, a professora aposentada da UEM, Verônica Regina Müller, integrante da equipe coordenadora do Programa Multidisciplinar de Estudo, Pesquisa e Defesa da Criança e do Adolescente (PCA), da Universidade Estadual de Maringá (UEM), e presidente da Associação de Educadores/as Sociais de Maringá (Aesmar), que foi convidada para o debate, ao vivo, transmitido pelo Senado e Youtube.    

A presidenta da Aesmar, defendeu, durante sua apresentação, uma cultura de sociedade educadora com a presença de profissional Educador Social na comunidade e na escola, a exemplo de outros países da América e da Europa que já adotam esse sistema há muito tempo em seus países. “Eu falo com o viés da educação e como professora. Trabalho há mais de 30 anos com populações que consideramos em certa vulnerabilidade social, não só econômica... A associação, da qual faço parte, representa o Brasil numa organização internacional, que é constituída de 57 países, a Dynamo International- Street Workers Network. Ela se organiza por regiões e eu sou coordenadora da região das Américas. Temos encontros uma vez por mês há 10 anos com representantes dos países, que trabalham com educação social, e o Brasil não está acostumado a escutar sobre 'educação social'. É estranho para o Brasil, mas existe há mais de 30 anos no Uruguai, por exemplo, e é uma formação como de qualquer outro profissional, que conclui a graduação na universidade. A profissão de educador social existe em muitíssimos países há muitos anos”, reforçou.    

Müller ainda destacou que é necessária a presença de equipes multidisciplinares, com psicólogos, pedagogos, assistentes sociais, educadores sociais com atuação dentro e fora das escolas. “Esse profissional trabalha com essa função de promover as relações humanas e, promover as relações entre a escola e a comunidade, mas sua atuação é uma relação territorial, é corporal, física e, isso está faltando nas nossas escolas”, comentou.

Outros palestrantes argumentaram pela presença de psicólogos nas escolas e o endurecimento da lei penal para prevenir ataques nas escolas e ampliar a segurança no ambiente de ensino. 

Estão previstas outras duas audiências com foco nos atos de violência nas escolas. A CE pretende elaborar um documento, com sugestões que devem subsidiar o texto do projeto de lei que estabelecerá diretrizes para garantir a segurança física e mental dos membros da comunidade escolar (PL 2.256/2019).

Serviço: As audiências são promovidas de forma interativa, com a participação de cidadãos, por meio do Portal e-Cidadania. O vídeo completo dessa 1a. audiência pode ser acessado por meio do link.

A violência nas escolas também será debatida por outras comissões do Senado, segundo informações da Agência Senado.