2020 07 17 Flavio Seixas UEM Bioquimica 183519

Pesquisa conduzida pelo doutor Flavio Seixas foi publicada na Journal of Biomolecular Structure and Dynamics

Uma pesquisa publicada neste mês (janeiro) em uma das mais conceituadas revistas na área acadêmica, o Journal of Biomolecular Structure and Dynamics, conduzida pelo professor doutor Flavio Seixas, da Universidade Estadual de Maringá (UEM), descreve a identificação de uma substância presente em dois extratos vegetais capazes de inibir a multiplicação do coronavírus.

Os testes foram realizados em células infectadas com o vírus e tratadas com os extratos, cujos resultados demonstraram 100% de capacidade de inibir a infecção. Nas próximas fases da pesquisa, serão realizados testes em animais infectados em parceria com a FioCruz de Curitiba. O objetivo é avaliar se os extratos vegetais ou a substância isolada a partir deles, podem ser usados no combate ao coronavírus (Covid-19).

A pesquisa busca identificar substâncias que neutralizam as enzimas responsáveis pela multiplicação do vírus do SARS-CoV-2 que causa a doença. A meta é encontrar substâncias naturais que tendem a se ligar a estas enzimas para impedi-las de funcionar e, com isso, impedir a multiplicação e a progressão da doença. O uso de produtos naturais é uma alternativa ao uso de medicamentos sintéticos tradicionais.

Seixas destacou o potencial e a importância da flora brasileira como fonte de pesquisa para a identificação de substâncias capazes de combater diversas doenças, como a Covid-19. 

“Ainda não sabemos quais substâncias podem ser usadas no tratamento de determinadas doenças. Se o desmatamento continuar perdemos um imenso patrimônio biológico que ainda não foi totalmente explorado. Esse material pode ser avaliado em pesquisas contra determinadas doenças, por isso é importante preservar e estudar a flora brasileira”, finalizou.

O estudo já havia gerado uma outra publicação, em setembro de 2022 na mesma revista, envolvendo o mesmo grupo de estudantes de pós-graduação da UEM, além de outros importantes pesquisadores desta instituição, como os doutores João Mello, do Laboratório de Biologia Farmacêutica; Rosane Peralta, do Laboratório de Bioquímica de Microrganismos e Alimentos e Maria Fernandez do Laboratório de Organização Funcional do Núcleo. Os estudos também contaram com a participação de pesquisadores do Instituto de Ciências Biomédicas da USP de São Paulo e do Instituto Politécnico de Bragança (Portugal).