Dia 15 de maio celebra a importância do profissional que, dentro da UEM, tem várias frentes de atuação
Nos momentos de orientar as pessoas em situações de violação de direitos para levar a elas o bem-estar físico, psicológico e social, especialmente na fase mais crítica da pandemia da Covid-19, em que o hospital universitário recebia diariamente dezenas de pacientes com a doença, o profissional de Serviço Social teve um papel relevante.
Neste domingo, a celebração do Dia do Assistente Social será uma data para relembrar esta e outras lutas enfrentadas no decorrer da jornada, incluindo o engajamento político na defesa dos direitos humanos e sociais.
O 15 de maio foi escolhido para a comemoração porque foi nessa data que foi regulamentado o Serviço Social, uma profissão inscrita na história do Brasil há 80 anos. O segmento foi capaz de se reinventar e se reconceituar, buscando romper com o conservadorismo do seu surgimento e com o tecnicismo do seu desenvolvimento.
Na Universidade Estadual de Maringá (UEM) existe a atuação de profissionais do Serviço Social no hospital universitário, na Diretoria de Assuntos Comunitários (DCT), no Serviço Especializado em Engenharia de Segurança e Medicina do trabalho (Sesmet) e na Unidade de Psicologia Aplicada (UPA).
Trata-se de uma forte participação na elaboração e execução das políticas públicas de auxílio às pessoas desprotegidas nas comunidades interna, incluindo estudantes e servidores, e externa, por meio do HUM, uma das unidades do complexo de saúde da instituição.
No hospital, o serviço social está lotado na superintendência, pautado no atendimento direto ao usuário e seus familiares, e no atendimento das demandas emergentes de forma a melhorar o relacionamento do usuário e familiares com a comunidade institucional.
Este atendimento ocorre de segunda à sexta-feira, das 8h às 18h, e, em regime de plantão, aos sábados, domingos e feriados. É composto por oito profissionais que prestam suporte aos usuários (pacientes, familiares e acompanhantes) em parceria com a rede de apoio social de Maringá e outros municípios.
As atividades são desenvolvidas no Ambulatório, clinicas Médica e Cirúrgica, Ginecologia e Obstetrícia, Pediatria, Pronto Atendimento, unidades de Terapia Intensiva (UTIs) e ala respiratória.
No hospital, o serviço social acolhe pacientes (usuários do SUS) e familiares
Atenção psicossocial
A Pró-Reitoria de Recursos Humanos e Assuntos Comunitários (PRH) trabalha, entre outras ações, com a atenção psicossocial, a cargo da Diretoria de Assuntos Comunitários (DCT). A atenção psicossocial é um das ações interligadas desenvolvidas pelo projeto chamado “A Estratégia de Promoção da Saúde, Convivência e Diversidade”, conhecida pela sigla Sacodi, coordenada pela DCT.
Isso permitiu que diante da pandemia as atividades dos projetos tivessem o desafio de estruturar as atividades de forma remota, abrangendo encontros de formações das equipes para a construção de trabalho integrado e interprofissional da rede de atendimento interno da UEM.
O projeto de extensão “Atenção e Cuidado à Comunidade Universitária na Perspectiva da Atenção Psicossocial” possibilitou, a partir de 2021, o acolhimento psicossocial para estudantes das graduações por intermédio de inscrição em formulário eletrônico. Foram chamados 573 alunos para atendimento, inclusive alunos dos câmpus sede e regionais que moravam em outros municípios. Também ocorreram atendimentos por estagiários do 5º ano de Psicologia e equipe profissional (DCT, UPA) formada por assistentes sociais, psicólogos e residentes técnicas da Psicologia e do Serviço Social.
Na pandemia, os atendimentos on-line feitos por força do Sacodi se mostraram valiosos recursos terapêuticos para acolhimento dos sofrimentos emocionais e psíquicos e para o desenvolvimento de suportes em busca da recuperação e a prevenção de agravos mediante ao adoecimento.
Com o apoio também da assistência social da Unidade de Psicologia Aplicada, por exemplo, este acolhimento de forma remota se mostrou uma estratégia potente, ampliando o acesso às pessoas da comunidade imersas em momentos de muitas inseguranças sociais, familiares, econômicas, emocionais e tantas outras, causadores de sofrimentos diversos.
No âmbito da Política Institucional de Apoio e Permanência dos Estudantes na UEM, o papel das assistentes sociais da DCT tem sido fundamental na realização de orientações, acolhimento interprofissional e encaminhamentos para a rede de serviços do município. São atendidos estudantes internacionais, com deficiência, em situação de vulnerabilidade social.
Vai além
Pelo escopo de sua natureza profissional, a área de atuação desta profissão vai além do combate à desigualdade, pois engloba também o esforço para a construção de uma sociedade mais justa e igualitária.
Atuando ainda em áreas do terceiro setor e na esfera privada, o Serviço Social passou a dar suporte, na pandemia, aos brasileiros com dificuldade de acesso a direitos básicos, como saúde, educação e trabalho. Inseridos e integrados nas diversas esferas, os profissionais puderam orientar muitos estudantes que não fizeram o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) por não terem tido condições de estudar remotamente. Estes profissionais agiram na tentativa de viabilizar o acesso a recursos básicos para essas pessoas.
Graduação capacita profissionais
É a universidade quem dá a capacitação profissional, por meio do curso de nível superior. A UEM oferece a graduação em Serviço Social no grau de bacharelado. O curso tem duração mínima de quatro anos, no período noturno, e funciona no câmpus regional do Vale do Ivaí, em Ivaiporã.
Sob a coordenação da professora Vanessa Rombola Machado, a graduação visa formar e qualificar profissionais com conhecimento e competência teórico-metodológica, ético-política e técnico-operativa. Tudo isso, buscando uma perspectiva crítica de leitura da realidade social a fim de capacitar a quem concluir o curso estar preparado para responder às expressões da questão social.
O curso procura habilitar profissionais que, ao terminarem a graduação, estejam prontos para formular e implementar propostas de intervenção para seu enfrentamento dos desafios nesta área, com capacidade de promover o exercício pleno da cidadania e a inserção criativa e propositiva dos usuários do Serviço Social no conjunto das relações sociais e no mercado de trabalho.
Com o diploma em mãos, os futuros profissionais podem trabalhar em instituições públicas que implementam políticas nas áreas de previdência social, assistência social, saúde, educação, meio ambiente, sócio jurídico, políticas urbanas e rurais; nas empresas privadas; em assessoria e consultoria a movimentos sociais urbanos e rurais; e nas organizações sociais, não-governamentais, entidades filantrópicas e assistenciais.
Sempre definido no ano anterior à data, o tema das comemorações relativas ao Dia do Assistente Social deste ano é “Trabalhadoras do Brasil. Somos e lutamos com elas. Em defesa dos direitos e das liberdades democráticas”. A definição da temática ocorre sempre durante o encontro nacional dos conselhos federal (CFESS) e estaduais (CRESS).
O assistente social utiliza o conhecimento (fogo) para equilibrar a balança e promover a equidade e justiça sociais
Mulheres
Pesquisa feita pelo CFESS revela que a profissão é exercida majoritariamente por mulheres em um universo de mais de 200 mil profissionais registrados nos 27 Conselhos Regionais de Serviço Social. Elas analisam, elaboram, coordenam e executam planos, programas e projetos para viabilizar os direitos da população e seu acesso às políticas sociais, como a saúde, a educação, a previdência social, a habitação, a assistência social e a cultura.
Todo e qualquer projeto elaborado para a sociedade passa pela mão de um assistente social. Os assistentes analisam as condições de vida da população e orientam as pessoas ou grupos sobre como ter informações, acessar direitos e serviços para atender às suas necessidades sociais.
Também elaboram laudos, pareceres e estudos sociais e realizam avaliações, analisando documentos e estudos técnicos e coletando dados e pesquisas.
Na prática, trabalham com planejamento, organização e administração dos programas e benefícios sociais fornecidos pelo governo, bem como na assessoria de órgãos públicos, privados, organizações não governamentais (ONGs), movimentos sociais e no terceiro setor de forma geral.
Além de atuarem como docentes nas faculdades e universidades, escolas municipais, estaduais e federais, trabalham com consultoria em diversos órgãos públicos.