Agronomia Bolivia UEM 2021

Milena, Thiago, Rodrigo, Matheus e Paula estão no 5º ano do curso e ficarão por 6 meses no nosso país vizinho

Cinco concluintes da graduação em Agronomia da Universidade Estadual de Maringá (UEM) iniciaram em janeiro o estágio curricular supervisionado em uma empresa da Bolívia, na cidade de Santa Cruz de la Sierra, conhecida por ser uma grande produtora de soja. Irão atuar internacionalmente na área por seis meses. Além disso, esta é uma oportunidade para os acadêmicos ampliarem suas redes de relacionamentos interpessoais, aperfeiçoarem-se no espanhol e vivenciarem uma cultura diferente da brasileira.

O professor Telmo Antônio Tonin, do Departamento de Agronomia (DAG-UEM), é o coordenador dos programas de estágio e de Mobilidade Acadêmica entre os Países do Mercosul (Marca) do curso. Ele incentivou e auxiliou alunos a realizarem estágios nos Estados Unidos, França e países latinos. Para a Bolívia é a primeira vez, e o contato inicial surgiu a partir de conversas com Hugo Centurion, gerente geral da boliviana AgroPartners. Depois disso, a empresa abriu inscrições para o programa Academia de Líderes da AgroPartners, e os alunos da UEM voluntariamente se candidataram.

Por este ser um ano de pandemia, os cinco selecionados receberam orientações extras do Escritório de Cooperação Internacional (ECI-UEM), pelo coordenador Marcio Pascoal Cassandre, a fim de que sigam todos os protocolos sanitários para ingresso e permanência de estrangeiros na Bolívia. Todos assinaram um termo de responsabilidade, afinal escolheram viajar ao invés de fazerem o estágio no Brasil. A decisão dos universitários levou em conta que a AgroPartners é uma empresa de insumos agrícolas líder no mercado, com mais de 15 anos de existência.

 

Primeiras impressões

Os estagiários estão acompanhando profissionais agrônomos na assistência técnica a produtores rurais, além de darem apoio comercial e a pesquisas. “Vamos passar por inúmeras experiências e desafios que irão nos tornar pessoas melhores e, principalmente, profissionais”, destaca Matheus Marquezini, 23. O estagiário acredita que suas expectativas estão sendo superadas. “O acolhimento para conosco dos profissionais da empresa foi algo que engrandeceu ainda mais essa experiência”.

A acadêmica Milena Puga da Silva, 21, ressalta que o estágio está permitindo que eles coloquem em prática seus conhecimentos. “Também estamos aprendendo mais com a expansão da área de trabalho, ou seja, aprendendo novas formas de manejo de culturas já conhecidas no Brasil, conhecendo novos tipos de solos, que diferem do Paraná. E sem contar o clima, que influencia muito em nossa área e que é diferente aqui”.

Thiago Bento, 22, concorda com os colegas de que as experiências culturais e profissionais estão sendo enriquecedoras. “Estamos aprendendo como lidar no âmbito profissional. O estágio internacional é fundamental para agregar no currículo, ademais estamos batalhando por uma vaga de emprego na maior revenda de insumos agrícolas da Bolívia”, conta. “Fomos muito bem recebidos pela AgroPartners, estamos muito bem alojados e com ótimas expectativas. Cresceremos muito, tanto profissionalmente como pessoalmente", complementa Rodrigo Mateus Loman, 22.

Paula Rodrigues, 21, acadêmica do 5º ano de Agronomia na UEM, assim como os demais, está empolgada com a vivência. “Está sendo muito importante para o começo da minha carreira. Cada dia é um aprendizado diferente, tanto na empresa e no campo, enquanto estamos a trabalho, quanto fora do trabalho, ao andar pelas ruas, conhecer lugares e pessoas”.

 

Busca de um programa institucional

"Lutamos muito pela internacionalização! Não tenho medido esforços para que os alunos conheçam outra realidade, a agricultura em outro país, porque não formamos profissionais para trabalhar somente no Paraná e no Brasil, mas para atuar no mundo. Onde tem agricultura pode ter um engenheiro agrônomo formado pela UEM”, declara o professor Tonin.

“O estágio internacional é uma das oportunidades que as universidades paranaenses podem oferecer aos seus estudantes ainda na graduação. Conhecer a vida prática das organizações, por meio da vivência nas suas rotinas e tendo o acompanhamento de profissionais, é ímpar para o processo de aprendizagem”, considera Cassandre, coordenador do ECI-UEM.

A minuta de estágio no exterior do ECI-UEM está tramitando e em breve haverá novidades para que mais graduandos da UEM tenham essa oportunidade. Para o professor do DAG-UEM, é importante que os membros do Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão (CEP-UEM) compreendam que se houver a institucionalização do estágio internacional, ao invés de ações isoladas dos cursos, toda a universidade avançará em uma internacionalização, com benefícios a estudantes, docentes, técnicos e à sociedade como um todo, que ganhará profissionais com olhares mais amplos.

E de acordo com Cassandre, “o ganho não ocorre apenas pelo conteúdo técnico, mas também pelas trocas com outras pessoas da organização, o aprendizado da cultura do país, o aprimoramento da língua estrangeira e a experiência global que o estudante passa a ter da sua futura profissão”. Desta forma, “nossos estudantes têm alcançado posições importantes, graças à qualidade dos nossos cursos e do apoio que temos dado à internacionalização”, finaliza.