Projetos em Ciências Forenses e Segurança Pública foram desenvolvidos com pesquisadores de universidades nacionais e internacionais
Projeto com pesquisadores da Universidade Estadual de Maringá (UEM) foi contemplado pelo edital do Programa Nacional de Cooperação Acadêmica (Procad), da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) em Ciências Forenses e Segurança Pública. O Objetivo é promover a formação de recursos humanos de alto nível, nas diversas áreas do conhecimento, além de promover o intercâmbio científico no país, por intermédio do envolvimento de equipes acadêmicas de diversas instituições de ensino superior, criando condições para a elevação geral da qualidade do ensino superior e da pós-graduação.
O projeto ‘Ciência de Redes e Machine Learning para o Combate à Corrupção e Crime Organizado’ foi elaborado pelo professor Haroldo Valentin Ribeiro, do departamento de Física (DFI), e visa desenvolver métodos baseados em redes complexas e machine learning para caracterizar a dinâmica de organizações criminosas.
Segundo Ribeiro, a ciência de redes apresenta-se como uma das principais ferramentas capazes de quantificar as intrincadas associações entre os indivíduos que compõem essas organizações criminosas. “A proposta utilizará dessa abordagem para caracterizar e modelar padrões relacionados ao crescimento e dinâmica dessas redes criminosas, por meio de um método matemático, visando encontrar pontos comuns e regras de funcionamento que possam ser usados para prever seu comportamento”, explica.
Ainda de acordo com Ribeiro, o processo de previsão empregará características relevantes das redes criminosas em abordagens de machine learning para treinar modelos capazes de indicar futuras parcerias criminosas e relações ainda não descobertas entre indivíduos da rede. “O conhecimento desses padrões ainda permitirá encontrar e sugerir abordagens mais eficientes para o desmantelamento dessas redes por meio de intervenções policiais”, completa.
O projeto conta com a participação de outros pesquisadores, incluindo Sebastian Gonçalves da Universidade Federal do Rio grande do Sul (UFRGS), Quentin Hanley da School of Science and Technology da Nottingham Trent University (NTU, Inglaterra), Bruno Requião da Cunha, Agente da Polícia Federal, e Alvaro Franco Martins, estudante do Programa de Pós-Graduação em Física da UEM.
Outro projeto também contemplado, ‘Crimes contra a mulher: desenvolvimento de kits para identificação de marcadores forenses em fluidos biológicos’ teve como coordenador associado o professor Eduardo Jorge Pilau, do Departamento de Química (DQI).
Pilau explica que as agressões sexuais contra a mulher são crimes de elevada incidência na sociedade atual. “A despeito da disponibilidade de análises usuais envolvendo fluidos biológicos para identificação do possível agressor, há uma demanda pela obtenção de resultados na cena do crime, de forma inequívoca e com maior celeridade. Por meio desse projeto desenvolveremos kits para identificação de sêmen e DNA em vestígios forenses oriundos de crimes sexuais contra a mulher”, conclui.
Nesse sentido, a proposta objetiva na concepção de novos produtos e conhecimentos a serem aplicados na rotina pericial criminal a serviço da Segurança Pública na elucidação de crimes contra a mulher, além da geração de produtos de base tecnológica, que podem ser produzidos a partir de empresas nacionais ou de empresas incubadas via editais específicos.
O projeto teve como instituição proponente a Universidade Federal de Alagoas (UFAL), Instituto de Química e Biotecnologia (IQB) e como instituições associadas a UEM, Perícia Oficial do Estado de Alagoas e Superintendência Regional da Polícia Federal em Pernambuco.
Ambos os professores envolvidos nos projetos fazem parte do grupo de pesquisadores que estão estruturando o novo Núcleo de Ciências Forenses da UEM.