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Mais de R$ 1,2 milhão serão investidos para desenvolvimento de pesquisas que promovam inovações no mercado

Desde o início do ano, o Centro de Inovação de Maringá (CIM) e a Universidade Estadual de Maringá (UEM) estão alinhados para o fomento de projetos inovadores desenvolvidos por pesquisadores de mestrado, doutorado e iniciação tecnológica de Maringá e região. A porta que se abriu partiu do edital “Programa de Mestrado e Doutorado Acadêmico para Inovação (MAI/DAI)”, promovido pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).

O edital tem como objetivo fortalecer a pesquisa, o empreendedorismo e a inovação nas instituições científicas, tecnológicas e de inovação. Para o reitor da UEM, Julio César Damasceno, os editais que incentivam a aproximação da academia com empresas e indústrias têm sido uma rotina crescente no mundo todo. “Estamos acompanhando, nos últimos anos, uma matriz de financiamento de pesquisas em algumas áreas, buscando aproximar a ciência, a produção do conhecimento, com o ecossistema de inovação. A ação tem sido muito exitosa, porque o fruto são os inúmeros projetos desenvolvidos em conjunto, buscando solucionar necessidades das empresas e permitindo, com isso, a criação de um mercado mais competitivo”.

 

Planejamento

De acordo com Marcelo Braga, gerente executivo do CIM, tudo começou com a identificação de uma oportunidade. “Trabalhamos no levantamento de iniciativas que possam fomentar o mercado de inovação em Maringá. Foi a partir desse trabalho que identificamos o edital do CNPq, que concede bolsas de estudos para instituições de ensino superior com projetos que sejam de interesse de indústrias e empresas”, explica.

Na sequência, o CIM juntamente com a Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação (PPG) da UEM atuaram na criação de um planejamento para levantar as demandas das empresas e fazer a ligação com os programas de pós-graduação. “Publicamos edital interno de chamamento de interessados, divulgamos em mídias sociais, realizamos lives e diversas reuniões para ampliar a visibilidade dessa oportunidade e conseguimos mapear dezenas de empresas interessadas em participar do programa. A partir dessas informações foi possível, com o apoio dos coordenadores dos programas de pós-graduação, identificar pesquisadores-orientadores do programa cujo histórico de pesquisa havia compatibilidade com a nova demanda apresentada. A conexão entre as partes foi feita, dando condições para evoluir na elaboração da proposta”, comenta o diretor de pesquisa da UEM e coordenador do Núcleo de Inovação Tecnológica (NIT-UEM), Luiz Fernando Cótica.

 

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Reunião de alinhamento com Marcelo Braga (à esquerda), gerente executivo do CIM, Marcelo Farid (à direita), assessor de inovação da UEM, e Luiz Fernando Cótica (abaixo), diretor de pesquisa da UEM

 

Resultado

Ao todo, 89 instituições participaram do edital (aberto para todo o Brasil), que disponibilizou recursos no valor global de R$ 37.862.400, oriundos do orçamento do CNPq. Do total de universidades, 59 tiveram parecer favorável e receberão parte do orçamento para o desenvolvimento de projetos de pesquisa. Dentre as instituições está a UEM, com a aprovação de 13 projetos, sendo sete de mestrado e seis de doutorado (clique aqui para ver os projetos aprovados). Além de 38 bolsas de iniciação tecnológica e industrial.

De acordo com o assessor de inovação da UEM, Marcelo Farid, dada a complexidade do desenvolvimento de tais projetos, em termos de desenvolvimento tecnológico, propriedade intelectual e transferência de tecnologia, este é apenas o início para conseguir chegar à inovação. A instituição pública receberá R$ 1.068.000,00 do CNPq, valor que será utilizado para o desenvolvimento dos projetos a partir do ano que vem. O valor final, entretanto, agrega também o investimento das parcerias com as empresas locais – total de R$ 190 mil, fomentadas pelo CIM – atingindo o montante de R$ 1.258.000.

 

Fortalecimento

Damasceno reitera que o resultado do edital fortalece ainda mais a relação da UEM, uma universidade pública, com o setor privado. “Essa relação com o setor produtivo cria uma retroalimentação para a inspiração de novas pesquisas, novos problemas e enigmas a serem solucionados. Isso faz com que todo esse processo se torne mais grandioso, mais robusto”.

Na visão de Carlos Walter, vice-presidente do CIM e presidente do Sistema Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Sistema Fiep), entidade de representação da indústria paranaense e braço político-institucional de todos os segmentos industriais, a inovação tecnológica é um dos principais propulsores do desenvolvimento econômico e social. “A interação com universidades é estratégica e também essencial, pois canaliza esforços de pesquisas para demandas reais do mercado. E o papel do CIM é justamente aproximar diversos atores para gerar projetos de impacto. A aprovação nesse edital foi muito importante, pois proporcionará inovação e também estreita ainda mais a relação entre universidades e empresas”, afirma.

“Realmente precisamos trabalhar para provocar essa aproximação, ela precisa começar a fazer parte da nossa rotina com mais afinco. A partir dessa interação você consegue gerar pesquisa, inovação, diferenciação, produtos com patentes. A cultura de conexão no Brasil ainda é pequena, diferentemente de grandes iniciativas, como a do Vale do Silício (EUA). Esse edital deu um passo muito importante para promover mudanças no mercado”, finaliza Braga.

 

*Assessoria de imprensa do Centro de Inovação de Maringá (CIM).