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I Seminário de Cultura Digital e Educação teve mais 1.400 inscritos e participação de professores de todas as regiões do País

A Pandemia da Covid-19 trouxe um desafio para os educadores de todo o mundo, remodelar o sistema educacional desde a educação básica até o ensino superior. Em todas essas instâncias surgiram demandas para continuar atendendo aos alunos de forma efetiva nesse período de distanciamento. Porém, a Pandemia apenas evidenciou algo que já estava sendo discutido por teóricos da educação que observavam a mudança no comportamento dos alunos com a utilização das novas tecnologias. 

Foi nesse contexto que a direção do Núcleo de Educação a Distância da Universidade Estadual de Maringá (NEAD-UEM) idealizou o I Seminário Internacional de Cultura Digital e Educação (I SICDE) e junto com as equipes técnica e científica elaborou um cronograma de atividades entre palestras, mesas redondas e minicursos, totalmente on-line, para refletir diferentes visões de um cenário pós-pandemia na educação. Na abertura, o professor Dr. Julio Damasceno, reitor da Universidade, fez um paralelo da sua época de universitário com a atual, concluindo que a mudança é necessária, já que há tantas diferenças entre as gerações. 

O Seminário coincidiu com a aprovação do Ensino Remoto Emergencial (ERE) na UEM e trouxe a oportunidade para os docentes conhecerem novas possibilidades de ensino. Também na abertura, o professor Dr. Ricardo Dias, vice-reitor, comentou que a intenção é fortalecer o corpo docente para iniciar as aulas remotas no próximo dia 17. A diretora do NEAD-UEM, Profa. Dra. Josimayre Novelli, explicou que o objetivo é justamente trabalhar as competências dos professores para que eles tenham ferramentas para construir suas próprias habilidades de maneira que o aluno exerça o papel de protagonista. Na foto acima, em destaque, é possível ver o reitor e o vice-reitor da UEM na Conferência de Abertura, com a diretora do NEAD-UEM.

O I SICDE começou com a palestra do Professor José Moran, da Universidade de São Paulo, com falas que repercutiram durante todo o Seminário, principalmente relacionadas ao envolvimento do educador, destacando que o problema não é apenas a dificuldade em inovar tecnologicamente, mas sim, a falta de autonomia que é privada do aluno.  Esse modelo paternalista e conteudista gera uma sobrecarga no profissional que pode levar ao absenteísmo ou presenteísmo explicado pela Professora Jussara Paschoalino, da Universidade Federal do Rio de Janeiro, que é a ausência do professor ou presença sem produtividade decorrentes do excesso de trabalho.

 

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Professor José Moran, da USP, fez a palestra de abertura do evento

 

Em tempos de Ensino Remoto, existem muitas discussões e até críticas sobre esse modelo de educação on-line. Com isso, a palestra da Professa Ilka Serra, da Universidade Estadual do Maranhão, conceituou a diferença entre o ERE, uma proposta de compromisso com o aluno, e a Educação a Distância, sendo uma modalidade de ensino reconhecida pelo Ministério da Educação. Apesar dessa conceituação, estão mais ressaltadas, nesse período, as desigualdades sociais devido à falta de acesso à banda larga por toda população estudantil. O Professor João Caetano, da Universidade Aberta de Portugal, deixou uma provocação durante a quarta palestra do I SICDE sobre a democratização do ensino. O que veio ao encontro com a fala da Professora da Universidade Estadual de Maringá, Marta Croce, sobre políticas educacionais e gestão escolar. Segundo a professora, a política deve ser destinada a toda população para garantir conquistas educacionais. 

 

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Participação internacional do professor João Relvão Caetano, da Universidade Aberta de Portugal, sobre Desigualdades Sociais

 

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Professora Ilka Serra, da UEMA, abordou em palestra a diferença entre EaD e ERE

 

A partir desta visão, a pedagogia decolonial citada pelo Professor Manuel Tavares Gomes, da Universidade Uninove-SP, durante o último dia de Seminário, gerou uma compreensão crítica da prática emancipatória do aluno e ainda o questionamento sobre quais metodologias podem incluir a perspectiva do sujeito no processo formativo. No encerramento, com a Professora Lilian Bacich, do Instituto Singularidades, foi possível pensar no ensino híbrido com o foco na personalização do estudante, desenhando estratégias pedagógicas para atender os diferentes perfis. 

 

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Palestra final foi da professora Lilian Bacich, que abordou o Ensino Híbrido no Ensino Superior

 

Para além das palestras, os mais de 1.400 inscritos de diversas regiões do País puderam opinar e trocar experiências em mesas redondas sobre o ato de ensinar, as dificuldades com a tecnologia e encontrar pontos em comum, principalmente relacionados à busca pela qualidade de ensino. Durante os minicursos, os participantes conheceram novas ferramentas, aprenderam mais sobre metodologias ativas e experimentaram novas abordagens de ensino-aprendizagem.

De acordo com Professora Josimayre Novelli, o Seminário trouxe leveza, já que esse é um momento de conhecer e experimentar. “Tivemos a oportunidade de refletir sobre as nossas práticas docentes e ver possibilidades de grandes mudanças. O importante é saber que estamos no caminho certo, de que o conhecimento é contínuo e ocorre em um fluxo diário”, finalizou a professora. 

Os vídeos e materiais do I SICDE ficarão disponíveis por até 15 dias após o término do evento para os inscritos. Para acompanhar mais fotos do evento, clique aqui.