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Projeto selecionado da docente vai receber investimento de até R$ 100 mil e até 10 bolsas de doutorado e pós-doc

O Departamento de Química (DQI) da Universidade Estadual de Maringá (UEM) foi contemplado por um edital de seleção da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) voltado ao combate à covid-19. O projeto, que receberá até R$ 100 mil e bolsas de pós-graduação stricto sensu, é coordenado pela docente Fernanda Andreia Rosa.

 “É muito gratificante ter esse projeto aprovado em nível nacional, pois sabemos que a concorrência é ampla, há muitos trabalhos de qualidade sendo desenvolvidos no Brasil. Representar a UEM nesse cenário é muito importante, ainda mais para contribuir para um problema mundial de saúde pública”, destaca Fernanda. “Isso evidencia o envolvimento que nossa instituição tem em relação à covid-19 e impulsionará outras pesquisas”.

Com o título de “Reposicionamento de Fármacos e Desenvolvimento de protótipos de Fármacos: Avaliação pré-clínica e obtenção de máscaras antivirais para o controle e tratamento da covid-19”, o projeto de Fernanda é um dos 46 vencedores do edital “Fármacos e Imunologia”, inserido no Programa Estratégico Emergencial de Combate a Surtos, Endemias, Epidemias e Pandemias. A divulgação do resultado final ocorreu hoje (16).

A Capes informa que o financiamento para o projeto da UEM será de até R$ 100 mil para despesas de custeio e haverá até dez bolsas de estudo stricto sensu, sendo até quatro de doutorado e até seis de pós-doutorado. Para Fernanda, é importante haver “essa formação de recursos humanos altamente qualificados, que futuramente vão estar preparados para, se necessário, lidar com pandemias ou problemas de saúde pública e, assim, ajudar a sociedade”.

 

Como é o projeto

Ainda de acordo com a Capes, as atividades do projeto devem iniciar ainda neste mês de julho. Fernanda explica que seu projeto é dividido em três frentes. Na primeira, irá “estudar os fármacos que já estão disponíveis no mercado e quais são as ações deles frente ao vírus Sars-CoV-2”, causador da covid-19. Ou seja, por serem medicamentos já disponíveis em hospitais e farmácias, para outros tratamentos, seriam aprovados mais rapidamente pelos órgãos competentes para serem usados em pacientes com covid-19, desde, é claro, que fossem comprovadamente eficazes.

Em outro segmento, visa-se desenvolver um novo medicamento. “Seriam moléculas sintéticas inéditas, das quais não temos conhecimentos sobre toxicidade e atividade. Então, precisaremos estudá-las desde o início. Partiremos de um estudo virtual, envolvendo a bioinformática, e depois faremos a síntese dos compostos e o estudo farmacológico, chamado de pré-clínico”. Em todas essas etapas o possível medicamento ainda não seria testado em humanos, já que se trataria de um protótipo. Caso venha a funcionar, futuramente estaria disponível para ser prescrito a pacientes.

Por fim, o projeto da professora do DQI/UEM pretende desenvolver máscaras antivirais. Ou seja, esses equipamentos de proteção individual impediriam que os usuários, especialmente os profissionais da área da saúde, viessem a se infectar com o Sars-CoV-2. De acordo com a docente, o produto seria fabricado com um polímero, que conteria o material antiviral e seria aderido pelo tecido da máscara.

Fernanda ressalta que o projeto será desenvolvido em colaboração com os seguintes professores da UEM: Eduardo Radovanovic, Ernani Abicht Basso, Gisele de Freitas Gauze Bandoch, Michael Jackson Vieira da Silva, todos do DQI, e Tania Ueda Nakamura, do Departamento de Ciências Básicas da Saúde (DBS).