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Em dois anos, quase 32 mil pessoas foram alcançadas pelo projeto

Na semana do Meio Ambiente, o Projeto ‘SOS riachos’, desenvolvido por iniciativa do Programa de Pós-graduação em Ecologia de Ambientes Aquáticos Continentais (PEA) e do núcleo de Pesquisas em Limnologia, Ictiologia e Aquicultura (Nupelia), da Universidade Estadual de Maringá (UEM), está com suas atividades paralisadas devido a pandemia, mas iniciou essa semana com uma grande notícia: o retorno do projeto de forma remota.

Com o propósito de orientar sobre a importância de conservar os riachos urbanos e fundos de vales, estimular o uso adequado dos recursos naturais e destino propício dos resíduos, para assim melhorar a qualidade de vida e a saúde integral de toda a comunidade, o projeto ‘SOS Riachos’ teve início no ano de 2018. No final do mesmo ano, passou a integrar o Programa Universidade Sem Fronteiras (USF) através de apoio da Superintendência Geral de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior do Paraná (Seti) e em 2020 inicia uma nova vertente com as escolas estaduais, com apoio do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), Programa “Ciência na Escola”.

Com dois anos de atividade, o projeto já visitou 59 escolas municipais, estaduais e particulares de Maringá, Alto Paraná, Campo Mourão, Paiçandu e Sarandi.

“Durante esse período de isolamento social, estamos elaborando um projeto em conjunto com o Núcleo Regional de Educação (NRE) para um curso de extensão aos professores da rede pública que deve ser disponibilizado nos próximos meses” explica a coordenadora do Projeto, Evanilde Benedito, que também é coordenadora do PEA e pesquisadora do Nupelia.

 

A atuação do ‘SOS Riachos’

Os Graduandos e Pós-graduandos que participam voluntariamente do Projeto ‘SOS Riachos’ promovem, por meio de atividades lúdicas, a conscientização de estudantes do ensino fundamental sobre o descarte correto do lixo; também realizam nas escolas mostras-científicas com materiais didáticos (maquetes, jogos de tabuleiro, por exemplo), coleção biológica (animais em álcool) da biota presente nestes ambientes, com auxílio de microscópios (para visualizar algas microscópicas e zooplâncton), e demais materiais necessários para melhor aprendizado do público alvo; além de dinâmicas sobre a destinação do lixo reciclável e não reciclável; e atuam sobre as questões ambientais proporcionando a aplicação de conhecimentos didáticos e pedagógicos adquiridos na graduação. Essa etapa do projeto contou com a parceria da Secretaria Municipal de Educação de Maringá (Seduc).

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Atuantes do projeto no ano de 2019. Da esquerda para a direita: Lucas H. de Oliveira; Bárbara F. Zanco, Evanilde Benedito, Beatriz B. Contieri; Matheus M. R. Scoarize.

O projeto também realizou eventos e palestras em espaços públicos sobre saúde, recursos hídricos, mata ciliar e educação ambiental com exposição interativa e explicações de equipamentos de amostragem de parâmetros limnológicos da água e de equipamentos de coleta de materiais biológicos. 

Falando em números, o projeto contou com mais de 200 voluntários ao longo dos anos; produziu no ano de 2018, 41 mostras-científicas, que abrangeram 36 escolas municipais integrais. No mesmo ano foram realizados quatro mutirões de limpeza e atividades de sensibilização da comunidade maringaense moradora nas imediações de riachos da cidade, totalizando 17 comunidades, 1.000 pessoas e 21 caminhões de entulho retirados de Áreas de Preservação Permanente (APP). Essa etapa do projeto foi possível graças a parceria com a Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Bem-Estar Animal de Maringá (Sema).

Além disso, foram realizados teatros (Geaquinho e os Fundos de Vales) em parceria com o Grupo de Estudos e Ações Comunitárias (GEAC) em 44 escolas municipais, atingindo 13.000 alunos. “O GEAC é parceiro do projeto desde o início e no decorrer do projeto, o Grupo de Meio Ambiente Paroquial (GMAP) se tornou outro importante parceiro” explica Matheus Maximilian Ratz Scoarize, coordenador adjunto do Projeto SOS Riachos e doutorando pelo Programa de Pós-Graduação em Ecologia de Ambientes Aquáticos Continentais (PEA).

 “No ano de 2019 foram realizados mutirões de limpeza e mostras-científicas em espaços públicos (Parque do Ingá, feiras livres) e eventos de grande circulação (Expoingá), que sensibilizaram 2.500 pessoas de várias cidades da região, de outros estados (GO, RS, SC, SP) e de outro país (intercambistas japoneses) para a urgência de conservação dos riachos urbanos, especificamente os da região” conclui Scoarize.

Para este ano, a Seti aprovou novamente o projeto ‘SOS Riachos’ com o edital do Programa USF, que, segundo Evanilde Benedito, aguarda apenas o fim da pandemia e a liberação das bolsas por parte do Governo do Estado, para a retomada dos trabalhos.