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Pessoas com diabetes mellitus, hipertensão, problemas cardíacos, câncer, e idosos são considerados mais suscetíveis ao desenvolvimento sintomático da doença viral

Professores da Universidade Estadual de Maringá (UEM) produziram artigos científicos referentes analisando pacientes infectados com o vírus SARS-Cov-2, que pertencem ao grupo de risco por apresentarem doenças crônicas associadas. Nesta semana o artigo produzido foi relacionado à diabetes mellitus, uma vez que esta é uma das principais morbidades presente em pacientes que contraíram a COVID-19.  

Foram analisados vários artigos referentes ao assunto pelo grupo liderado pela Profª Drª Jacqueline Nelisis Zanoni, docente do Departamento de Ciências Morfológicas, do Programa de Pós-Graduação em Ciências Farmacêuticas e do Programa de Pós-Graduação em Ciências Fisiológicas da UEM.

“Os estudos analisados mostraram que diabéticos apresentam maior potencial para progredir rapidamente com síndrome respiratória aguda grave e choque séptico, seguido eventualmente de falência múltipla de órgãos. Assim, o diabetes está associado a um maior número de admissões na unidade de terapia intensiva (UTI), bem como a elevada mortalidade na COVID-19” enfatiza Zanoni.

O material também descreve que pacientes diabéticos com descontrole glicêmico apresentam uma resposta inflamatória sistêmica. “Além disso, o diabetes promove acúmulo de células imunes inatas ativadas nos tecidos metabólicos, levando à liberação de mediadores inflamatórios, que promovem resistência à insulina e danos às células β do pâncreas” explica Zanoni 

O artigo escrito pelo grupo relata ainda que pacientes com diabetes necessitam de um controle rigoroso dos níveis de insulina para diminuir a suscetibilidade à doença e melhorar o prognóstico da COVID-19, isso porque o descontrole glicêmico, mesmo em pacientes jovens, pode promover uma descompensação imunológica. Também foi verificado que o SARS-Cov-2 é um vírus que interfere diretamente na montagem da hemoglobina, indicando que o sangue é o seu alvo inicial no organismo.

Este mecanismo descoberto recentemente demonstra também porque o impacto da doença é maior em diabéticos e idosos, uma vez que estes apresentam hemoglobina glicada mais elevada. Portanto, quanto maior o conteúdo de hemoglobina maior o risco e a gravidade da doença.