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Ontem, 731 novos profissionais de 19 cursos colaram grau, recebendo seus diplomas.

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A Universidade Estadual de Maringá (UEM) deu início, ontem (5), às solenidades solenes de colação de grau de 2020, entregando, na arena do Parque de Exposições Francisco Feio Ribeiro, em Maringá, o diploma de conclusão da graduação a 731 formandos de 19 cursos ligados aos centros de Ciências Sociais Aplicadas; Ciência Biológicas; e de Tecnologia.

O vice-reitor Ricardo Dias Silva, presidente da Comissão Especial de Comemoração dos 50 anos da UEM, saudou os graduandos lembrando que a instituição é resultado majoritariamente de recursos públicos.

As lideranças locais, ao reivindicar a criação de uma universidade, no final da década de 1960, sabiam, segundo Silva, que somente a educação era capaz de impulsionar o desenvolvimento econômico e social.

Ele enalteceu o fato de a UEM ser a quinta melhor universidade estadual pública do Brasil e a segunda do mundo com artigos científicos publicados por pesquisadoras mulheres, com quase 80 mil profissionais formados em cinco décadas.

Citou a existência de 56 programas de pós-graduação stricto sensu, abrigando 56 mestrados e 29 doutorados. Falou, ainda, da conquista de 16 cartas patentes, resguardadas pela Lei de Propriedade Industrial, decorrentes de pesquisas de forte impacto, além da relevância das áreas de extensão e cultura e do complexo de saúde.

Formado pela clínica odontológica, a Unidade de Psicologia Aplicada, o Laboratório de Ensino e Pesquisa em Análise Clínica (Lepac) e o hospital universitário, o complexo de saúde garante o atendimento gratuito a milhares de moradores de 115 municípios. Ligado ao hospital, o Hemocentro Regional, por exemplo, reúne cerca de 4 mil cadastros de pessoas interessadas em doar a medula óssea.

Ricardo Dias

O vice-reitor da UEM, Ricardo Dias Silva

O vice-reitor lembrou, por fim, da diferença que a UEM faz na vida das pessoas. A ideia foi mostrar como a pesquisa aplicada, principalmente, desenvolvida na instituição, impacta no cotidiano da população. 

Reparação histórica

Após destacar o alto grau de capacitação dos professores da universidade, a maioria com título de doutorado, Silva enfatizou o prestígio nacional e internacional alcançado pela UEM, tendo estabelecido parceria com 156 universidades em 34 países.

Algumas medidas como a criação da Política Institucional de Apoio e Permanência dos Estudantes; a implementação de refeições gratuitas, no Restaurante Universitário, para estudantes em situação de vulnerabilidade socioeconômica; e a aprovação das cotas para negros nos processos seletivos de ingresso na graduação, que, para o vice-reitor, faz uma reparação histórica, foram mencionadas por ele.

Silva se despediu com apelo aos formandos para que acreditem no Brasil e o transforme em local de paz e de justiça social, livre de todo tipo de preconceito.

Na mesma linha de defesa da universidade pública, o reitor Julio César Damasceno relatou a experiência como ex-aluno da UEM, onde, segundo ele, se descobre o sentido da nossa existência, de forma a entender o mundo do qual fazemos parte.

Julio Cesar Damasceno

O reitor Julio César Damasceno

De acordo com ele, a UEM é uma instituição que preza pela qualidade e seus estudantes, ao se formarem, retornam para a sociedade dando início a um novo ciclo na vida. Damasceno lamentou que muitos jovens não tiveram a oportunidade tida pelos graduandos, que, ontem, estavam colando grau numa das melhores universidades do País.

O reitor também conclamou aos formandos que falem sobre a UEM, citando números e contando a experiência de ter estudado na instituição, e pediu às autoridades presentes que defendam a universidade, agindo como os povos das nações desenvolvidas sabedoras da importância do ensino superior público e de qualidade.

"Grilhões da ignorância"

O professor Dante Alves Medeiros Filho, do Departamento de Informática, paraninfo dos formandos, destacou a relevância da formação universitária na vida das pessoas numa caminhada que, na avaliação dele, proporciona o conhecimento.

Conforme Medeiros Filho, a universidade não apenas forma profissionais para o mercado mas ajuda a formar cidadãos para aprender a viver em sociedade. Ela instrumentaliza os alunos a conhecer a vida, libertando-os "dos grilhões da ignorância", acrescentou.

O paraninfo entende que, num mundo cada vez mais conectado pela rede de computadores, é preciso transformar as informações em conhecimento, porém sabendo filtrá-las. Medeiros filho defendeu o conhecimento como ferramenta para agregar valor aos produtos exportados pelo Brasil, gerando emprego e renda, uma vez que estamos numa nação muito rica, com recursos naturais abundantes, "um diamante para o mundo", mas exportadora basicamente de matéria prima. "O conhecimento passa necessariamente pela academia [universidade]. Ela é a alavanca que move o mundo", afirmou.

Dante

O paraninfo dos formandos, Dante Alves Medeiros Filho

Oradora da turma, a formanda Pollyana Corradini de Souza, do curso de Direito, descreveu o que ela chamou o mundo de dúvidas e incertezas do início da graduação, mas que se transformou em superações. "A UEM nos mudou e nos moldou", disse Pollyana, para, em seguida, fazer um agradecimento aos agentes universitários e aos professores da universidade pela dedicação em suas tarefas.

Onze graduandos receberam a láurea acadêmica, num dos momentos mais badalados do evento. A honraria é dada aos estudantes com pelo menos dois terços das notas com nota nove ou superior durante o curso. A láurea, portanto, é uma distinção honorífica conferida a título de reconhecimento da excelência.

oradora

A oradora Pollyana Corradini de Souza, do curso de Direito

Ontem a instituição chegou a 74.009 profissionais formados. Número que será superado, hoje (6), a partir das 19 horas, na mesma arena, quando haverá a segunda solenidade de colação de grau do câmpus sede. Outras cinco cerimônias estão previstas para os câmpus regionais de Goioerê, Cidade Gaúcha, Umuarama e do Vale do Ivaí, em Ivaiporã, e Cianorte.

Abrilhantada pela Orquestra de Câmara e pelo Coral da UEM, a solenidade reuniu também os membros do Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão (CEP), o prefeito Ulisses Maia (PDT); deputados federais e estaduais, vereadores, comandantes militares, líderes de associações de classe e de sindicatos, e diretores e diretores-ajunto dos três centros afetos aos cursos dos formandos.

11 laureados

Os onze alunos que receberam a láurea acadêmica

As solenidades deste ano marcam as comemorações dos 50 anos da Instituição, que tem o patrocínio da Caixa Econômica Federal.

 

Reportagem atualizada em 06/03/2020 às 14h32.