Claudio Santoro se apresenta na terça (26)
O Departamento de Música (DMU), da Universidade Estadual de Maringá (UEM), comemora o centenário do compositor amazonense Claudio Santoro com um recital de piano. O evento ocorrerá nesta terça-feira, dia 26, com início às 13h30, na sala Pe. José Penalva no Bloco 8, no câmpus universitário.
O recital contará com a participação dos alunos do curso de Bacharelado em instrumento das classes de piano dos professores Alfeu Araújo, André Bertoncini e Sabrina Schulz. Os ouvintes também poderão acompanhar a estreia de duas peças de alunos do curso de composição musical do DMU compostas especialmente para a ocasião e com a participação do professor Hideraldo Grosso que encerra o recital com um divertido quarteto de pianistas, escrito pelo compositor Rael B. Gimenes, em conjunto com Sabrina Schulz, Alfeu Araújo e André Bertoncini.
Claudio Santoro começou seus estudos musicais ao piano e ainda na adolescência deixou Manaus com uma bolsa de estudos oferecida pelo Governo do Amazonas para estudar música no Rio de Janeiro, onde. ingressa na classe de composição do compositor alemão Koellreutter, o qual foi responsável pela formação de muitos compositores brasileiros.
Santoro fundou e integrou como violinista a Orquestra Sinfônica do Teatro Nacional no Rio de Janeiro e teve papel fundamental na criação do Departamento de Música da Universidade de Brasília. É difícil quem que não aprecie ao menos parte de sua obra, pois Santoro transitou por diferentes poéticas composicionais partindo das vanguardas europeias até o nacionalismo marioandradiano, posicionando por muitos anos como a símbolo da nova música brasileira. Tais sonoridades ficam evidenciadas nas sonatas para piano ou nas canções que escreveu em parceria com Vinícius de Moraes.
Santoro também esteve presente na formação do grupo Música Viva, que postulou seus princípios e ideias em dois manifestos publicados na revista de mesmo nome em 1944 e 1946 junto com Koellreutter, Eunice Katunda, Edino Krieger e Guerra Peixe. Grupo este que acreditava na música como meio de expressão de ideias e sentimentos através dos sons que nos rodeiam, portanto um produto da vida social e contemporânea.. Santoro, que já se aproximava das ideias do Partido Comunista, vai em busca de uma música essencialmente nacionalista na tentativa de se aproximar do povo.