A invenção também pode ajudar no tratamento de doenças em mucosas.
Uma invenção para ser aplicada em medicamentos e cosméticos rendeu mais carta patente para a Universidade Estadual de Maringá (UEM), em julho, junto ao Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI).
Envolvendo quatro pesquisadores da área de Química, a invenção é a síntese de um dispositivo de liberação controlada de fármacos, formado por microesferas magnéticas de pectina reticuladas com nanopartículas de TiO2 (Dióxido de Titânio). A função de tal dispositivo é a de proteger a integridade de fármacos, que são instáveis em ambiente gastrointestinal.
O Dióxido de titânio atualmente é utilizado em muitas composições de cosméticos, inclusive em filtros solares, devido a sua capacidade de bloqueio de raios ultravioletas (UV), baixa toxicidade, biocompatibilidade e baixo custo. Além da sua aplicação na área médica, esse material é um dos principais semicondutores utilizados no tratamento de água, em composições de tintas e na área alimentícia.
Nessa invenção, a principal função do TiO2 é a de reduzir a liberação inicial do medicamento, mantendo uma liberação controlada. Além disso, a combinação de um polissacarídeo natural, a pectina, com TiO2 e partículas magnéticas, permite que a liberação do fármaco possa, eventualmente, ser modulada por meio da exposição dessas micropartículas magnéticas a um campo magnético remoto, o que possibilitaria entregar uma proporção maior de sua carga inicial em um sítio específico de ação.
Consequentemente, os efeitos colaterais associados com as altas doses administradas, empregadas pelos dispositivos tradicionais, são minimizados de maneira considerável.
Ou seja, o produto patenteado possui potencial para liberação de fármacos que são instáveis em ambiente gastrointestinal e no tratamento de doenças em mucosas.
Por isso, alguns dos diferenciais da invenção incluem o fato de que se trata de um dispositivo sintetizado que é biocompatível; capaz de, com a incorporação dos óxidos, reduzir a liberação inicial do fármaco, devido ao efeito de tortuosidade; ter a liberação controlada por um campo magnético remoto, mediante o adicionamento de nanopartículas de magnetita, o que torna o dispositivo sítio-específico; e habilitado para reduzir ou anular os efeitos colaterais associados aos dispositivos tradicionais.
O pedido para a obtenção de patente havia sido depositado em dezembro de 2014 sob o título "Microesfera magnética sítio-específica à base de pectina e dióxido de titânio para liberação controlada de fármacos".
Assinam a invenção o então professor do Departamento de Química (DQI), Marcos Hiroiuqui Kunita (falecido); Elisângela Pacheco da Silva, na época aluna de mestrado; Marcos Rogério Guilherme, então estudante de pós-doutorado; e o professor Adley Forti Rubira, também do DQI. Embora aposentado, Rubira continua dando aulas como docente voluntário no Departamento de Química da UEM.
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