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Iniciativa tem caráter multiprofissional e envolve diferentes áreas do Hospital

O Ambulatório de Especialidades do Hospital Universitário Regional de Maringá (HUM) ficou movimentado, na manhã desta segunda-feira (24). O motivo foi o lançamento do Projeto Educação em Diabetes, que reúne profissionais de diferentes áreas para dar mais qualidade de vida a crianças e adolescentes que sofrem deste mal. O evento contou com a participação da direção do HUM e da superintendente do Hospital, Elisabete Mitiko Kobayashi.

NUTRICIONISTAS E PSICOLOGIA

O diabetes é uma doença crônica que nem sempre pode ser prevenida. Especialmente, nos casos que surgem na infância. A coordenadora da iniciativa, a endocrinologista pediátrica Adriana Balancieri, contou que a doença que afeta as crianças vem crescendo de forma significativa em todo mundo e, por isso, os médicos, especialmente os endocrinologistas, vêm pensando várias formas de dar qualidade de vida a esses pacientes.

“Essa é uma doença silenciosa. Nas crianças e adolescentes, na maioria das vezes, a gente só vai descobrir quando os sintomas graves aparecem e é preciso agir de forma bastante criteriosa. O problema é o diabetes Tipo 1, em que o pâncreas não produz insulina. Por isso, o açúcar não é levado para dentro das células, que é a função deste hormônio. Ele fica no sangue e isso causa diferentes ataques ao corpo. Há dez anos, a gente vem tratando da doença no HUM, mas, agora, unimos um grupo de diferentes áreas para agir de forma multiprofissional. Cada um vai oferecer informação e cuidado na sua especialidade”, explicou a endocrinologista do HUM.

ABRACO QUENTINHO

Educação – Quando se descobre o diabetes é preciso mudar os hábitos de vida, optar por uma alimentação saudável, aprender a tomar insulina em forma de injeção. Enfim, é preciso se adaptar a um novo cenário de vida. Para isso, é importante ter a ajuda não só de endocrinologistas, mas de nutricionistas, psicólogos, educadores físicos, assistentes sociais, enfermeiros etc.

Débora Carla de Almeida, mãe de Larissa, de 10 anos, sabe bem a importância de ter apoio de um grupo multiprofissional. Ela contou que não só as consultas no ambulatório do HUM, mas também outros profissionais que ela visita em outras instituições ajudam a oferecer um tratamento completo para a filha. “Estou cercada de pessoas muito competentes e envolvidas com a saúde da minha filha e isso é que garante minha tranqüilidade e o bem estar dela”, disse.

A mãe de Benício, 8 anos, Rafaela Martins Pereira, ainda se emociona quando lembra do dia em que o filho foi diagnosticado. Ele tinha cerca de 1 ano e meio e o nível de glicose estava quase 700, quando o normal é cerca de 80, 90. O tratamento aqui no ambulatório ajuda muito a gente ter uma vida mais tranqüila. Mas não é fácil, vivemos em função da doença, controlando a glicemia e injetando insulina para equilibrar o funcionamento do organismo do Benício”, explicou .

CONTADORAS DE HISTORIAS

KIT – As duas crianças ganharam um presente da equipe do Projeto. Os bonecos Bete e Beto, produzidos pelo grupo de voluntárias Abraço Quentinho, que atua no HUM. Elas produziram um material de apoio, de cunho educativo para ser utilizado pelos integrantes do Educação em Diabetes.

Para dar mais veracidade aos personagens, eles apareceram no lançamento do projeto em carne e osso. Foram interpretados por duas integrantes dos grupos de contadores de histórias que atuam no HUM. Foram esses personagens, “em pessoa”, que entregaram os bonecos à garotada e mostraram que eles representam crianças que têm diabetes e que neles estão marcados os pontos em que se pode aplicar a insulina diariamente. “Além disso, eles estão equipados com mochilas e carregam tudo que é essencial para quem sofre da doença: seringa, insulina, o glicosímetro, que mede o nível de insulina, e comida saudável”, mostrou o Beto.

LARISA BENICIO E BONECOS

A menina Larissa Almeida adorou a boneca que ganhou e disse que, hoje, vive bem, mas, às vezes, é complicado ter diabetes. “De vez em quando é chato a gente ter que ficar medindo o açúcar. Tem que parar de fazer as coisas para cuidar do diabetes. Tipo... cansa”, reclamou a menina. Já Benício Pereira não se alarma. “Está tudo bem”, declarou o menino, enquanto brincava com o Beto e a Larissa.

A doutora Adriana lembrou, por fim, que o projeto vai detectar os pacientes novos, que chegam ao HUM com problemas e uni-los àqueles que já estão sendo atendidos no Ambulatório de Especialidades do Hospital, como Larissa e Benício, para fazerem parte de um processo de acompanhamento longo. “Enfim, a assistência será do leito de quem precisa de apoio até aqueles que vêm regularmente ao Ambulatório do HUM para se tratar. Estamos vendo um sonho de dez anos se realizar”, comemorou a doutora Adriana, que ainda lembrou da participação fundamental dos residentes da endocrinologia do HUM.

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