Iniciação científica apresentada aborda como anda saúde mental dos universitários da UEM
A edição junina do “Reflexões da Letras” da Universidade Estadual de Maringá (UEM) ocorre hoje (12). Com foco em saúde mental e humanização das relações interpessoais, teve sessão matutina e fará a noturna a partir das 19h30, no Auditório 29 de Abril, no Bloco I-12 do câmpus sede, em Maringá (PR). “O sucesso da educação é comprovado quando o sujeito que passou por um processo de formação é capaz de usar seu conhecimento em favor do bem comum”, menciona uma das palestrantes, Tânia dos Santos Alvarez da Silva, doutora em Educação.
O evento foi iniciado com apresentação de resultados parciais de uma iniciação científica que aborda o panorama da saúde dos universitários da UEM. A fala foi de Renata Heller de Moura, professora do Departamento de Psicologia (DPI) da UEM, e das graduandas do 5º ano de Psicologia Gabriela Pires Malacrida e Maria Eduarda Gaspar Branco da Silva. “Em alguns momentos, o estudante já chega à universidade em sofrimento, agravado por causa de todo o processo educacional que vive antes de entrar no contexto universitário, em razão da competitividade do vestibular e vivências familiares e sociais”, aponta Moura. Os dados da pesquisa são coletados mediante questionários enviados a órgãos como Unidade de Psicologia Aplicada, Ambulatório Médico e de Enfermagem, colegiados de cursos, centros acadêmicos, Diretoria de Assuntos Comunitários e Diretório Central de Estudantes.
Sessão noturna do evento será hoje (12), às 19h30, no Auditório 29 de Abril
Outro ponto tratado neste “Reflexões da Letras” é a inclusão de pessoas com deficiência no ensino superior, assunto trazido pela doutora Tânia Alvarez da Silva, professora aposentada da UEM e membro do Programa Multidisciplinar de Pesquisa e Apoio à Pessoa com Deficiência e Necessidades Educativas Especiais (Propae). “A deficiência não é, necessariamente, situação desvantajosa; é condição de existência. Todos enfrentamos deficiências, permanentes ou temporárias, laudadas ou não”, expõe. E segundo a educadora, incluir não é apenas permitir a matrícula, é oferecer acessibilidade, condições para permanência estudantil e conclusão de curso, além de atitudes empáticas. “Tivemos avanços na criação de políticas de inclusão. Mas, efetivamente, essa inclusão acontece? Vivemos avanços e retrocessos”.
Dra. Tânia Alvarez: “O sucesso da educação é comprovado quando o sujeito usa seu conhecimento em favor do bem comum”
Mais um tópico importante do “Reflexões da Letras” é sobre a forma com que a sociedade olha e dialoga com pessoas com esquizofrenia. De acordo com Fernanda Trombini Rahmen Cassim, psicóloga clínica, doutora em Letras pela UEM e professora em colégios, ainda que crie um mundo à parte dos demais, o indivíduo com esquizofrenia precisa ser ouvido com atenção e sem julgamento. “Ninguém o ouve porque ele não faz parte da realidade das pessoas entre aspas ‘normais’. Mas quantas vezes os não diagnosticados com esquizofrenia criam universos paralelos e outros enquadramentos de comunicação para continuar vivendo?!”.
População precisa ter escuta ativa aos semelhantes, inclusive a pacientes com esquizofrenia, segundo Dra. Fernanda Cassim
Seja voluntário – O Propae fica no Bloco 04 da UEM. Interessados em ser voluntários em pesquisa e apoio à pessoa com deficiência podem ir ao local pessoalmente, ligar no (44) 3011-4448 /3874 ou, ainda, enviar e-mail para sec-propae@uem.br. Mais informações podem ser obtidas neste site.