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O leite humano é importantíssimo para a nutrição dos bebês prematuros

O Dia Internacional da Doação de Leite Humano é comemorado no dia 19 de maio. Para marcar essa data e lembrar da importância desse alimento para os bebês, o Hospital Universitário Regional de Maringá (HUM) conversou com a enfermeira responsável pelo Banco de Leite Humano (BLH), do Hospital, Christyna Beatriz Aparecida Genovez.

A enfermeira explicou que o leite humano captado pelo HUM é doado, prioritariamente, para bebês prematuros que estão internados em UTIs (unidades de Terapia Intensiva). São bebês de alto risco, ou seja, crianças que têm possibilidade de complicações e esse alimento vai nutrir e prevenir possíveis complicações.

“Existem leites artificiais especiais para o prematuro, mas o leite humano, além de ser específico para a espécie humana, é totalmente absorvido pelo organismo dos bebês, mesmo aqueles que têm não maturidade intestinal por causa da prematuridade”, explica Beatriz.

Além disso, segundo Bia, como a enfermeira é carinhosamente conhecida no HUM, o bebê que toma o leite humano vai ter uma possibilidade maior de absorver o cálcio, que é muito importante nesse momento. É que a ossatura de um prematuro ainda não está completa, porque ele não completou nove meses de gestação. A enfermeira destacou, também, que a questão da gordura do leite humano é formada, principalmente, por ácidos graxos essenciais de cadeia longa; isto é, que nutrem os neurônios, o que é primordial para a formação neurológica adequada dos prematuros.

Outros fatores positivos da ingestão do leite humano para os bebês são: ele está ingerindo proteína homóloga, ou seja, que não traz alergias para o bebê que ainda não tem a capacidade de degradar a lactose; e ele tem a possibilidade de consumir o colostro, que é o primeiro leite. Beatriz chama o colostro de “leite condensado”, porque é mais concentrado e, mesmo em menor quantidade, consegue ter um grande volume de nutrientes e fatores de proteção.

“Então, queremos frisar que a doação é importantíssima nessa questão da nutrição dos bebês. Vai ajudar no desenvolvimento deles e oferecer os fatores de proteção e imunidade como os anticorpos, os lactobacilos, as enzimas e os macrófagos, elementos que vão formar uma barreira de proteção para a criança. A ingestão do leite cria uma pavimentação que começa na boca, vai revestindo todo o sistema gástrico e termina no intestino, impedindo que uma bactéria que causa alguma doença, se instaure ali e possa prejudicar esse neném que já é tão suscetível”, ressalta a enfermeira.

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A doação – Beatriz lembra, no entanto, que existem algumas situações que a mãe não consegue produzir leite para o filho. Ela não consegue fazer o estímulo de forma adequada, que seria imitar o bebê mamando, e o próprio estado emocional da mãe de um prematuro pode influenciar neste processo. É nesse momento que entram as doadoras. “Eu acho muito bonito uma mulher que está em casa, com uma produção de leite excessiva, com o filho que não tem problema nenhum, que se dispõe a retirar e armazenar esse leite para beneficiar vários bebês, de outras mães”, conta Beatriz.

É aí também que entra o Banco de Leite, que funciona desde 1996, no HUM. A equipe disponibiliza frasco esterilizado, gorro e máscara para as doadoras e as ensina como retirar o leite de forma correta. Além disso, mostra de que forma fazer o armazenamento do que foi coletado até que o BLH possa buscar e transportar de forma segura. “Esse é um processo delicado e, em momento nenhum, esse leite pode ser descongelado. Chegando aqui no Banco de Leite, ele passa por um procedimento que a gente chama de pasteurização, que vai garantir a qualidade do material a ser distribuído”, explicou a enfermeira.

Beatriz alerta, por fim, que qualquer quantidade de leite que for doada faz diferença. Ela pede que aquelas mulheres que se dão conta que estão produzindo mais leite do que o seu filho consegue consumir, que sentem um certo desconforto no peito podem e devem ser doadoras.

“Procurem o Banco de Leite, pelo telefone 3011-9174. Nós passamos todas as informações de como a doadora deve proceder na coleta. Além disso, fazemos um cadastro inicial e, em seguida, marcamos uma visita para levar o material e tirar alguma dúvida que ela possa ter. A partir daí, ela vai estar no nosso roteiro e nós vamos uma vez por semana fazer essa coleta. Ela entra, enfim, para o nosso grupo de mulheres doadoras que salvam inúmeras vidas.”