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 Os recursos serão empregados na troca de 28 mil lâmpadas, na instalação de 1.440 módulos fotovoltaicos e no desenvolvimento de um dispositivo para melhorar a eficiência fotovoltaica de células solares

A UEM (Universidade Estadual de Maringá) recebeu R$ 4,8 milhões no Projeto de Eficiência Energética (PEE), aprovado em chamada pública da Copel e da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), exclusiva para instituições de ensino superior. O projeto abrange a substituição das atuais lâmpadas por outras mais eficientes e a minigeração de energia, através da instalação de placas fotovoltaicas. A chamada engloba ainda um Projeto de Pesquisa e Desenvolvimento (P&D) pelo qual a Universidade irá receber mais R$ 1,8 milhão.

 As propostas passaram por um processo de seleção no qual concorreram todas as universidades do estado. Foram classificadas a UEM, UEL, UFPR e UFTPR. Os projetos classificados foram apresentados para uma comissão técnica da Aneel, em Brasília.

“A comissão teceu vários elogios às propostas da UEM, tanto a de minigeração de energia quanto o projeto de inovação, que irá desenvolver vidros co-dopados com terras-raras para obtenção de nova geração de células fotovoltaicas híbridas”, disse Alice Murakami, assessora de Planejamento da UEM.

Junto com os professores Antônio Medina e Antônio Carlos Pizo, Alice Murakami integrou o grupo que apresentou a proposta da UEM, em Brasília. A assessora de Planejamento destaca que, a UEM ficou em sétimo lugar, entre os 25 projetos aprovados pela Aneel. Já entre os cinco projetos aprovados pela Copel, a UEM alcançou o primeiro lugar em uma avaliação que considerou originalidade, aplicabilidade, relevância e razoabilidade de custos.

O termo de cooperação técnica entre a UEM e a Copel, que resultou no investimento de R$ 6,6 milhões, é resultado de mais de um ano de trabalho coordenado pela Assessoria de Planejamento e pela Prefeitura do Câmpus.

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90% das instalações da UEM terão as lâmpadas trocadas

Lâmpadas mais eficientes – O PEE prevê a substituição das atuais 28.435 lâmpadas tubulares fluorescentes por lâmpadas Led, com Selo Procel. A troca vai abranger 90% das instalações no câmpus de Maringá, segundo o professor Carlos Antônio Pizo, coordenador do projeto.

Ele explica que o investimento para a troca, incluindo mão de obra, será de pouco mais R$ 1,2 milhão. “Além de mais eficientes, as novas lâmpadas irão demandar menor custo de manutenção, já que a vida útil delas é bem maior do que a das lâmpadas convencionais”, reforça ele.

O prefeito do câmpus, Carlos Augusto Tamanini, informa que o consumo médio mensal com energia na UEM é de 782.322 kWh (quilowatts hora), sendo que 30% desse volume são gastos com iluminação.  “A partir da troca das lâmpadas esse consumo (iluminação) deve cair para 109 mil kWh, impactando diretamente na conta de energia”, comemora o prefeito. Os cálculos apontam que a  economia anual será de R$ 546 mil.

Placas fotovoltaicas – Para a geração de energia, o projeto apresentado prevê a instalação de placas fotovoltáicas em nove edifícios no câmpus, escolhidos a partir da posição da cobertura voltada para o norte geográfico, o que resulta em maior eficiência do gerador solar.

Segundo Pizo, serão instalados 160 módulos em cada edifício, totalizando 1.440 módulos  que irão ocupar em torno de 2,8 mil metros quadrados de superfície para coleta. “A plena potência, essa área deverá produzir mais de 460 kWpico, o correspondente a 7% da demanda hoje. Em termos de economia anual com gasto de energia os valores calculados chegam a R$ 192 mil”, informa

O custo estimado de instalação é de aproximadamente R$ 2,7 milhões. A licitação para compra e instalação dos materiais, incluindo as lâmpadas deverá ser aberta no primeiro trimestre de 2018.

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O prédio da BCE é um dos noves que terão placas fotovoltaicas instaladas

Economia - O professor Joilson Dias, do Departamento de Economia da UEM assegura que a geração de energia fotovoltaica é viável economicamente, com taxa de retorno superior a 12% ao ano. Portanto, um excelente investimento que, em 25 anos, garantirá uma economia para a UEM superior a R$ 4,8 milhões, a preço de hoje. Se considerarmos os aumentos reais da energia este valor pode ultrapassar R$ 6 milhões.

O reitor da UEM, Mauro Baesso, reforça que custo total para implantação do PEE é R$ 4,8 milhões, com uma contrapartida da UEM em torno de R$ 266 mil. “Ou seja, a cada R$ 1,00 que a UEM investirá no projeto receberá, a fundo perdido, o montante de R$ 17,00”.

“Além disso, irá gerar uma economia de, aproximadamente, R$ 700 mil por ano, correspondendo a dois meses do atual gasto mensal da Universidade com energia elétrica. Assim, o investimento da UEM será recuperado em menos de um ano após a total implantação”, salienta.

Para o reitor, esse projeto é só um primeiro passo. A UEM ainda precisa seguir adiante se quiser minimizar os gastos com energia elétrica. “Com esse intuito, novas fontes de financiamento estão sendo pesquisadas visando custear novos projetos de geração de energia”, adianta o reitor.

A UEM terá um ano para a execução do PEE, com mais um ano de monitoramento dos resultados. Já os trabalhos de pesquisa e desenvolvimento terão prazo de três anos para execução.

Pesquisa e Desenvolvimento – O objetivo do projeto de inovação apresentado pela UEM é o desenvolvimento de uma nova geração de célula solar híbrida para conversão fotovoltaica, com desempenho superior às placas encontradas no mercado, segundo o professor Antônio Medina.

A maioria dos painéis solares comercializados, hoje, é feita a partir de cristais de silício, que apresentam máxima eficiência fotovoltaica na faixa espectral em torno de 980 nm, distante da região de máxima emissão solar, que é em torno de 580 nm. Isto faz com que grande parte da energia solar não seja adequadamente aproveitada.

 Calcula-se que cada metro quadrado de painel fornece 170 watts, o que alimenta cerca de três lâmpadas comuns de 60 watts. Para aumentar a eficiência, os pesquisadores da UEM irão testar uma película produzida a partir de vidro aluminosilicato, dopado com diferentes combinações de íons para aumentar a faixa utilizável do espectro da luz solar na geração de energia.

O professor Luiz Carlos Malacarne, do Departamento de Física, adianta que “além de minimizar a perda de eficiência por efeitos de reflexão da luz, a película vai bloquear a radiação ultravioleta causadora de defeitos que reduzem a eficiência e o tempo de vida útil das células solares”.

Em síntese, a proposta é gerar maior quantidade de energia a partir do melhor aproveitamento do espectro da luz solar.

Sustentabilidade - No quesito sustentabilidade energética, a partir destes projetos a UEM iniciará a utilização de fonte de energia limpa nas instalações atuais e também nas futuras obras, o que já fazia parte de uma das ações da Politica Ambiental da Universidade, iniciada em 2015, segundo Alice Murakami. “A UEM tem como responsabilidade social se tornar uma entidade exemplo no uso eficiente de fonte de energias renováveis, sem impacto ao meio ambiente e poupadora de emissão de CO2“. As ações também abrangem a adoção de políticas de redução de consumo .  

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