Pesquisadores, professores, profissionais e estudantes dos cursos de ciências sociais, história, direito e pedagogia estão discutindo, na Universidade Estadual de Maringá, a questão do racismo e a saúde da população negra para além do corpo, tema central da 10ª Semana Afro-Brasileira, aberta, ontem à noite, na sede do Sindicato dos Trabalhadores em Estabelecimentos de Ensino de Maringá (Sinteemar).

 

Marivânia Araújo, coordenadora do evento

Na palestra de abertura, o psicólogo Emiliano Camargo David reforçou a importância de se atentar para a questão da racialização da saúde, pois existem peculiaridades da raça negra revelando a pré-disposição para algumas doenças, por exemplo. Segundo ele, se estas especificidades não forem divulgadas fica mais difícil o diagnóstico e o tratamento das enfermidades.

Julio Damasceno, vice-reitor da UEM

As pesquisas indicam, por exemplo, ser maior o número de mortes entre parturientes negras, assim como também é prevalente a quantidade de crianças desta raça que morrem durante o parto. De acordo com Emiliano, que é mestre em saúde da população negra e princípios do SUS, estas questões não podem ser ignoradas, incluindo o fato de que o racismo também causa a morte e até problemas psíquicos, uma vez que ele provoca sofrimento na vítima, baixando inclusive sua auto-estima.
Angelo Priori, diretor do Centro de Ciências Humanas, Letras e Artes (CCH), da UEM

A cerimônia de abertura do evento também teve um sentido especial porque a primeira edição da Semana Afro-Brasileira também foi realizada no auditório do Sinteemar. Ontem, durante a solenidade, diversas autoridades prestigiaram o evento, entre elas o vice-reitor da UEM, Julio Damasceno; o diretor do Centro de Ciências Humanas, Letras e Artes (CCH), Angelo Priori; a pró-reitora de Extensão e Cultura, Itana Gimenes; e o diretor de Cultura, Rael Tófolo.
Itana Gimenes, pró-reitora de Extensão e Cultura da UEMAlém de palestras, a Semana, que termina nesta quinta-feira (24), conta com mesas-redondas e exibição de documentário, no auditório do Sinteemar; rodas de conversa, no gramado em frente ao bloco J-12; e apresentação de trabalhos, em várias salas do câmpus universitário.
Rael Toffolo, diretor de Cultura da UEM

Sob a coordenação da professora Marivânia Copnceição Araújo, do Departamento de Ciências Sociais (DCS), da UEM, o evento é promovido pelo Neiab-UEM (Núcleo de Estudos Interdisciplinares Afro-Brasileiros) e o Coletivo Yalodê-Badá, com o apoio do CCH e das pró-reitorias de Ensino (PEN) e de Cultura e Extensão (PEC). Outras informações sobre a Semana Afro-Brasileira podem ser obtidas na página do facebook.