reunião ocorrida na sala da Assessoria de Planejamento (ASP)

A Universidade Estadual de Maringá (UEM) e a Prefeitura Municipal de Cruzeiro do Oeste assinaram termo de cooperação para a realização de estudos paleontológicos, de identificação de fragmentos ósseos de dinossauros e também de outras espécies, localizados naquele município, a 120 quilômetros de Maringá, na região de Umuarama. 

O acordo entre as partes é gerido pelo Grupo de Estudos Multidisciplinares do Ambiente (Gema), da UEM, que é coordenado pela professora Marta Luiza de Souza, doutora em Geociências. Ontem (9), foi realizada, no câmpus universitário, reunião para debater a consolidação do Centro de Pesquisa Paleontológico.
Participaram diversos professores convidados, de vários departamentos, com o objetivo de tomar conhecimento sobre as pesquisas realizadas até agora. Segundo Marta, a ideia é que outros docentes possam agregar valor à pesquisa, contribuindo com sua expertise.
O geólogo Paulo Manzig deu as explicações sobre as pesquisas em Cruzeiro do Oeste

O geólogo Paulo César Manzig, geólogo e consultor na área, especialista em capacitação em Alfabetização Científica e Museus, esteve no encontro e explicou todo o trabalho desenvolvido no sítio paleontológico em Cruzeiro do Oeste, desde 2012, quando foram descobertos fragmentos de ossos de pterossauros, répteis voadores que viveram na Terra há 100 milhões de anos.
Conforme Marta, o encontro de ontem foi a sequência de outros iniciados em 2015. Ela diz que a participação da UEM nos estudos, a partir de agora, se deve ao reconhecimento da Prefeitura de Cruzeiro do Oeste sobre os trabalhos científicos desenvolvidos pela instituição.
Os fragmentos em estudo foram encontrados por acidente pelo agricultor João Gustavo Dobruski e pelo pai dele, Alexandre, morto em 1986. O material ficou mais de duas décadas guardado em uma gaveta no setor de Geociências da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG).
Professores de vários departamentos da UEM participaram da reunião

Paulo Cesar Manzig esteve, em 2011, com Luiz Carlos Weinschütz, do Centro Paleontológico da Universidade do Contestado (Cenpáleo), em Santa Catarina, em Ponta Grossa, quando fotografaram fósseis mantidos pela UEPG.
Eles encontraram dois blocos de arenito, com 20 centímetros de largura, "repletos de pequenos ossos pneumáticos, estruturas leves projetadas geneticamente para voar".
Os pesquisadores foram ao local da descoberta, na zona rural de Cruzeiro do Oeste, e encontraram várias outras ossadas. "A região foi um deserto, com muitas dunas. Com certeza o local era algum tipo de oásis porque os animais estavam juntos e, além disso, os fósseis não apresentavam dentes. Eram animais frutívoros", disse Manzig, à época, ao jornal Gazeta do Povo.