O documentário “5 Câmeras Quebradas”, exibido, ontem (14), na Universidade Estadual de Maringá (UEM), é, segundo seu autor, o cineasta palestino Emad Burnat,  uma forma de luta, uma maneira de mostrar ao mundo como o povo da Palestina vive sob a ocupação israelense.

Em entrevista à Rádio UEM FM, ele disse que o objetivo de vir ao Brasil mostrar o filme foi relatar a luta de seu povo contra o muro construído pelo governo israelense para isolar a aldeia em que residia e que levou os moradores da localidade palestina a protestarem.

O cineasta resolveu demonstrar sua indignação utilizando uma câmera, até porque ele era o único à época que tinha o equipamento na aldeia.

No documentário, no qual Burnat também mostra os primeiros passos de seu filho que havia acabado de nascer, tornou-se símbolo da resistência do povo palestino na luta contra a opressão israelense.

Segundo ele, o título do filme se deve ao fato de ele ter perdido cinco câmeras durante as gravações. Os equipamentos foram quebrados pelos soldados de Israel, alguns atingidos por tiros.

Nascido em 1971, Burnat é habitante da aldeia de Bil’in, na Cisjordânia.

O documentário foi gravado em 2005, após o nascimento de seu filho com a brasileira Soraya Burnat. Ao todo, foram produzidas mais de 700 horas de gravação do cotidiano dos palestinos submetidos à ocupação de suas terras por Israel.

Junto com o cineasta israelense Guy Davidi, editou estas imagens na elaboração do documentário 5 Câmeras Quebradas, vencedor de diversos prêmios e indicado ao Oscar de Melhor Documentário Estrangeiro.

Após a exibição do documentário na UEM, os participantes conversaram com Burnat. A projeção ocorreu no Bloco B-33, auditório da CAE/PDE, sob a organização da Federação Árabe-Palestina do Brasil (Fepal), Espaço Marx Maringá e da UEM, por meio da Diretoria de Cultura, Pró-Reitoria de Extensão e Cultura e Cinuem.