UEM recebe doação em mostra de vestidos-arte

Presente no evento, o vice-reitor da UEM, Julio Cesar Damasceno,  recebeu de João Berdu, Presidente do Instituto Vale da Seda e proprietário da empresa que desenvolve, na Incubadora Tecnológica de Maringá, o Projeto Vale da Seda, a doação de 20 chisais que serão oferecidos como brinde aos visitantes da Universidade. Produzidos a partir de trabalhos feitos por quatro artistas plásticas paranaenses, os chisais (pequeno em japonês) são pequenos lenços feitos com tecido 100% seda que contam um pouco da história da região que mais produz seda em todo o ocidente, o Vale da Seda.

Com a exposição de 15 vestidos-arte feitos em seda, a mostra realizada ontem foi a última etapa brasileira do projeto desenvolvido por Enéas Neto, designer residente do Vale da Seda. A próxima exposição ocorrerá na França, em 2016.

Realizada na Incubadora Tecnológica de Maringá, Unidade IBC, a mostra apresentou o trabalho colaborativo entre o designer, o Instituto Vale da Seda e 45 alunos dos cursos de graduação da RedeMODA (UEL, UEM, Unicesumar, Unipar e UTFPR/Universidade Tecnológica Federal do Paraná). Durante os meses de junho e julho foram realizadas oficinas de criação em cada instituição, nas quais alunos selecionados puderam fazer intervenções como pintura, bordado e colagem em tecidos de seda. Participaram das oficinas nove alunos de cada Universidade.
 
AS OFICINAS
A técnica utilizada durante as oficinas foi “cadavre exquis”, difundida no início do século XX por artistas do movimento surrealista francês. Nesta técnica, um trabalho colaborativo é realizado por diferentes autores em uma mesma peça, sendo que a continuação do trabalho é feita a partir do conhecimento de apenas uma pequena fração do trabalho anterior. Cada estudante fez a intervenção da maneira que desejava, dando continuidade a uma pequena margem do trabalho anterior, deixada à vista pelo designer Enéas Neto, que depois os transformou nos vestidos-arte que foram expostos.

As oficinas foram realizadas em três turnos, tendo como participantes nove alunos de cada uma das universidades seguindo a seguinte dinâmica: em cada instituição de ensino da RedeMODA, três cortes de tecido 100% seda com 2,10 metros de comprimento receberam intervenções de nove alunos. Cada corte de tecido possuía duas marcações feitas a cada 70 cm, dividindo o tecido em três quadros de 70 cm por 1,40 m, nos quais trabalharam 3 alunos a cada oficina.

Recebendo três peças totalmente brancas, os primeiros três alunos estavam livres para fazer qualquer espécie de interferência têxtil (pintura com pinceis, estêncil, grafite, bordado, escrita, gravuras), a ser foi concluída em um  período de quatro horas.  Após  esta primeira intervenção, os tecidos passaram pela secagem e foram disponibilizados no dia seguinte ao segundo grupo de três alunos para, em nova oficina, com a maior parte do trabalho oculta pelo designer curador, deixando apenas uma amostra do que foi feito pelo aluno anterior em cada peça de tecido.

Um terceiro grupo de alunos repetiu a técnica do dia seguinte, finalizando a produção das três peças em cada Universidade. A unidade do trabalho se deu pela música que os três grupos de alunos ouviram durante o processo. De modo que todos os alunos trabalharam expressando plasticamente o que sentiram durante a música.
 
A MOSTRA
Os tecidos produzidos nas oficinas foram utilizados pelo designer curador para a confecção dos vestidos-arte expostos na mostra.  As peças receberam o mínimo de recortes e costuras possíveis, preservando o trabalho feito pelos alunos.
Uma parceria firmada entre os Instituto Vale da Seda e o Parc de Wesserling - Écomusée Textile vai levar esta mostra para exposição na França, entre os meses de abril e dezembro de 2016.