Luiz Delmar da Costa Lima relatou, na última segunda-feira, dia 8, o resultado de um trabalho científico no qual ele apresenta uma proposta inovadora para o ensino de voleibol para crianças de 11 a 13 anos. O estudo foi desenvolvido durante o estágio pós-doutoral no Programa de Pós-Graduação em Educação Física, associado entre as Universidades Estaduais de Maringá e Londrina (UEM e UEL).

Sob supervisão do professor Nelson Nardo Junior (UEM), Lima trabalhou com 60 alunos de ambos os sexos, no Colégio de Aplicação Pedagógica da UEM. Para metade do grupo, composto por trinta alunos do sexto ano, as aulas foram ministradas sob a orientação da metodologia tradicional. Os demais, do sétimo ano, tiveram aulas sob a orientação da metodologia inovadora. Lembrando que os grupos foram definidos por meio de um sorteio prévio, que determinou a aplicação de um ou do outro modelo.

O pesquisador observou que o segundo grupo desenvolveu maior capacidade de compreensão das ações próximas da realidade do jogo, ficando visível que ao se depararem com situações semelhantes às vivenciadas em campo estabeleciam uma prontidão - tomada de decisão - de forma coordenada entre a percepção deste estímulo e a resposta motriz. Vale destacar que Luiz Delmar Lima traz na bagagem um amplo e qualificado currículo que abrange áreas como jogador e doutor em treinamento de voleibol. Mais conhecido como Duda, ele foi assistente técnico da seleção masculina de voleibol nos anos de 1986 a 1988 (Geração de Prata) e participou de vários torneios nos Estados Unidos e na Europa. É também autor do livro Voleibol Escolar: da iniciação ao treinamento, da Editora da Universidade Luterana do Brasil.

Experiência - Obviamente que a ideia de desenvolver um trabalho de pesquisa, tendo o voleibol como objeto de estudo se deu em função de toda essa experiência de vida, trabalhando e jogando em diferentes dimensões. Mas esse não foi o único fator motivador. Segundo relato do próprio pesquisador, havia também uma apreensão fundada na forma pela qual o voleibol vem sendo oferecido aos alunos interessados em praticá-lo. “Nas últimas décadas o ensino desta modalidade estava situado no voleibol como um esporte de competição, cujos procedimentos metodológicos eram voltados exclusivamente para o gesto técnico, sem levar em consideração o universo que envolve o jogo, na expectativa de que, em um curto espaço de tempo, transformasse os alunos em atletas”, justifica.

Duda diz que o ensino apenas do gesto técnico em um primeiro momento, onde a exigência se define pela resposta mecânica, impossibilita ao educando conhecer a dinâmica do jogo. “A partir dos questionamentos a cerca da metodologia centrada exclusivamente no ensino da mecânica do gesto técnico (modelo tradicional - princípio da metodologia analítica) foi construído um modelo para o ensino do voleibol para jovens de 11 a 13 anos de idade de forma que o aluno quando da resposta motriz, frente a um estímulo externo, a considerasse como um ato motor completo, ficando sua atenção não somente para o gesto mecânico, mas para a percepção da trajetória de voo da bola, sua altura, direção, distância percorrida, velocidade e ponto de contato’. Desse estudo então resultou uma metodologia inovadora de ensino da modalidade, que foi a proposta apresentada pelo pesquisador.

A apresentação do trabalho ocorreu no auditório da Fadec, no câmpus sede da UEM.