No dia 8 deste mês, o trabalho Estimativa da balança de água virtual por Estado no Brasil, elaborado pela aluna do último ano da graduação em ciências econômicas da UEM, Jaquelini Gisele Gelain, e pela professora Márcia Istake, do Departamento de Economia da UEM, recebeu o prêmio Anpec Sul 2014, na área Economia agrária e ambiental. Foram encaminhados 221 artigos para o evento e o melhor trabalho de cada área foi premiado.

Água virtual é definida como a quantidade de água necessária para que a produção de um determinado produto ocorra. Algumas vezes a mesma não está ali efetivamente na forma líquida, como é conhecida, mas se encontra indiretamente no produto, pois foi utilizada ao longo de seu processo produtivo. A necessidade de alimentar a população mundial, que está crescendo, associada à escassez de água em algumas regiões, são temas que devem ser considerados e fazem repensar a forma como a água está sendo gerida em nosso planeta. O trabalho estimou o volume de água presente em 153 produtos, de origem agrícola, que são exportados e importados no comércio internacional realizado pelo Brasil e por seus Estados.

Calculando-se o volume de toda água embutida nos produtos que são exportados e descontando a água presente nos importados, chega-se a exportação líquida de água virtual. Para o Brasil como um todo, assim como para os demais Estados que não tinham problemas com a disponibilidade hídrica superficial, foram classificados como exportadores líquidos de água virtual. Os principais Estados exportadores de água no Brasil foram: Mato Grosso, Paraná, Rio Grande do Sul, São Paulo, Minas Gerais e Goiás. Juntos esses seis Estados foram responsáveis por 91% da água virtual líquida exportada pelo Brasil.

Segundo as autoras do trabalho, esta é a primeira estimativa de uma balança de água virtual, por Estado, feita para o Brasil. Como tal o mesmo não tem a pretensão de esgotar o assunto e nem de responder a todos os questionamentos. Seu intuito foi de abrir a discussão sobre o tema, assumindo suas limitações. Sua relevância vem no sentido de iniciar um debate a respeito de uma vantagem, frente ao comércio internacional, que o Brasil tem em relação a alguns de seus parceiros comerciais”, disseram as pesquisadoras, que ainda registraram um agradecimento especial ao professor José Luiz Parré, por seu auxílio na utilização do software ArcView GIS, o que permitiu uma melhor apresentação dos resultados obtidos.