Em uma experiência inédita, um membro de uma banca de dissertação de mestrado esteve fisicamente distante e virtualmente presente em tempo real por meio do robô de telepresença R1T1, desenvolvido por um engenheiro de produção graduado pela Universidade Estadual de Maringá (UEM).

Na tarde desta quarta-feira, 11, o trabalho “Autonomia em Ead: princípios e contradições”, apresentado pela mestranda Talita Tardivo Rainha no auditório do Núcleo de Educação a Distância (Nead) da UEM, foi acompanhado pela professora doutora Gláucia da Silva Brito, membro suplente da banca, em Curitiba. Gláucia é professora do Programa de Pós-Graduação em Comunicação, da Universidade Federal do Paraná (UFPR). O trabalho foi orientado pela professora doutora Maria Luisa Furlan Costa, do Departamento de Fundamentos da Educação (DFE) e do Programa de Pós-Graduação em Educação (PPE). Integraram a banca os professores doutores Valdeni Soliani Franco, do Programa de Pós-Graduação em Educação para a Ciência e a Matemática (PCM), da UEM, e Sônia Cristina Soares Dias Vermelho, coordenadora do Programa de Pós-Graduação em Promoção da Saúde, da Unicesumar. 

De acordo com Maria Luísa, a utilização do robô R1T1na transmissão da banca foi uma experiência muito bem sucedida. “Estamos experimentando algumas possibilidades do robô na educação, especialmente na modalidade a distância. Posso dizer que a atividade de hoje superou as expectativas em termos práticos e técnicos”, afirmou ela.

Antonio Henrique Dianin, da Project Robot, empresa que desenvolveu o R1T1 e detém a patente do equipamento, desconhece a utilização de um robô em atividade semelhante em outras universidades. “No Japão, o uso de robôs no ensino é dentro da sala de aula e, nos Estados Unidos, a aplicação mais usual é na área da saúde”, comentou. Segundo ele, estes são os países que mais utilizam robôs de telepresença. No caso do Brasil, o engenheiro acredita que a UEM é a primeira universidade a possibilitar a presença virtual de um integrante em uma banca de pós-graduação por meio de um robô, uma vez que o R1T1 é o primeiro em escala comercial desenvolvido e produzido no país.

O R1T1 chegou à UEM em meados de abril deste ano, quando foi integrado à rotina do Hospital Universitário Regional de Maringá (HUM). O protótipo do robô foi apresentado à direção do hospital em 2013, ocasião da solicitação formal para sua utilização no ambiente hospitalar. O engenheiro foi orientado a informar o Núcleo de Inovação Tecnológica (NIT) da universidade sobre a proposta e discutir a relação da empresa com o HUM. Após avaliação do equipamento pelo Serviço de Controle de Infecção Hospitalar (SCIH), o HUM passou a ser utilizado como espaço de testagem da aplicabilidade do robô, processo acompanhado pela equipe do Núcleo de Pesquisa Clínica (NPC) do hospital. A parceria foi destaque na edição do Fantástico, programa da Rede Globo, em 27 de abril.