Em março comemora-se, no dia 14, o Dia Internacional do Rim. No Hospital Universitário Regional de Maringá (HUM), atividades de capacitação em forma de mini curso estão sendo oferecidas à equipe de enfermagem pelo nefrologista Sergio Yamada, professor ajdunto da Universidade Estadual de Maringá (UEM). A capacitação, nos dias 13 e 27, é promovida pela diretoria de Enfermagem. 

De acordo com Yamada, todos os anos a Sociedade Internacional de Nefrologia se vale da data para difundir, por meio de campanha educativa, o conhecimento sobre a importância dos rins para a saúde e também alertar sobre as doenças que os acometem, com atenção especial para as patologias que determinam a perda da função renal. Nestes casos, o paciente só sobrevive se for submetido a tratamentos que substituem a função, como diálise e transplante.

Segundo o nefrologista, a cada edição a campanha aborda um aspecto da doença renal. Em anos anteriores, os alertas recaíram sobre a associação do diabetes com a doença renal e sobre a interação entre estas e o coração. Em 2013, com o tema “Pare de agredir seus rins”, foi a vez da insuficiência renal aguda, doença que acomete pessoas em estados agudos, em geral internadas na unidade de terapia intensiva (UTI). “Essa patologia determina elevada mortalidade aos pacientes das UTIs e, com frequência, a necessidade permanente de diálise”, explica Yamada.

Estimativas mundiais sugerem que mais de 7% da população do planeta tem algum grau de disfunção renal. No Brasil, o número de pessoas com doença renal seria de 10 milhões, sendo 100 mil em diálise, conforme a Sociedade Brasileira de Nefrologia. A prevalência da doença renal, que tem o diabetes e a hipertensão como causas principais, praticamente dobrou na última década e continua subindo ano a ano. Doenças renais específicas como nefrites (inflamações dos rins), litíases e pielonefrites (infecção dos rins) também contribuem com esse cenário.

Yamada ressalta que todas as pessoas com diabetes e hipertensão arterial têm risco de desenvolver doença renal. Obesos, tabagistas, pessoas com colesterol elevado ou histórico de doença renal na família devem ter a função renal avaliada periodicamente. No caso do cigarro, as agressões renais (diretas ou indiretas) decorrem do comprometimento secundário da disfunção de outros órgãos. Dois exames simples verificam a saúde dos rins: creatinina no sangue e parcial de urina.

A recomendação geral para proteger os rins é ingerir água, reduzir o consumo de sal e gorduras. Outro aspecto importantíssimo, lembra Yamada, é o uso inadequado de medicamentos e a automedicação. “Medicamentos considerados simples, como anti-inflamatórios para alívio da dor, podem ser responsáveis por lesões renais às vezes irreversíveis”, afirma.