A Universidade Estadual de Maringá inaugurou, hoje (5/12), o Bloco B-36, onde vai funcionar o Laboratório de Melhoramento Genético de Bicho-da-Seda. A solenidade foi realizada no final da manhã e contou com a presença, além de autoridades da UEM, do secretário de Estado da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Alípio Leal Neto, e do assessor de Planejamento do Ensino Superior da Seti, Décio Sperandio.

 

O novo espaço totaliza cerca de 290 metros quadrados e abriga instalações especiais de manejo e pesquisa, disponibilizadas para o prosseguimento de projetos de melhoramento genético de bicho-da-seda. A professora Maria Aparecida Fernandez, que coordena essas pesquisas, comenta que a estrutura do novo laboratório vai possibilitar a ampliação de estudos científicos e a formação de novos pesquisadores, que hoje se concentram no desenvolvimento de espécies mais resistentes e produtivas.

 

Foi com essa expectativa positiva que o secretário e o assessor da Seti, junto com o reitor e a vice-reitora da UEM, Júlio Santiago Prates Filho e Neusa Altoé, inauguram o novo espaço.

Pesquisas iniciaram em 2005

Segundo Maria Aparecida, as pesquisas são desenvolvidas desde 2005, impulsionadas, à época, por meio de uma parceria com a Cocamar Cooperativa Agroindustrial  “Em 2006, firmamos o nosso primeiro projeto com a Unidade Gestora do Fundo Paraná (UGF), em parceria com a Unioeste e a Prefeitura de Nova Esperança”, relembra a professora.

O banco de germoplasma do bicho-da-seda da UEM, inicialmente estabelecido pela doação da Cocamar, também recebeu considerável incremento de raças origens da Fujimura do Brasil, consolidando-o com um acervo genético excepcional.

A análise de características genéticas relacionadas com a produtividade e a resistência das matrizes do banco de germoplasma ao baculovírus BmMNPV (causador da doença denominada amarelidão no campo)  identificou matrizes altamente resistentes e produtivas. Foram obtidas nesse período publicações científicas, defesas de mestrado e doutorado, edição e confecção de material didático com cartilhas do ciclo de vida do Bombyx mori e a participação ativa na Câmara Técnica do Complexo da Seda do Estado do Paraná.

O desenvolvimento desses e de outros projetos relacionados também permitiu a visibilidade do setor e a inclusão de famílias em atividade artesanal relacionada com a cadeia produtiva da seda (projeto Seda Justa/Artisans du monde)”.

Transferência de Tecnologia

Após todos esses anos, Maria Aparecida acredita que seu grupo de cientistas está bem perto de produzir um híbrido rústico do bicho-da-seda, criado a partir de diversos cruzamentos, o que irá garantir melhores resultados na cadeia produtiva de fiações artesanais em Nova Esperança. "Um dos nossos compromissos é transferir as melhorias genéticas para os produtores no campo. Os pequenos produtores dependem cada vez mais de novas tecnologias", afirma a professora.

Ela também salienta que muitos projetos são desenvolvidos em cooperação com os pesquisadores Rose Meire Costa Brancalhão, Lucinéia de Fátima Chasco Ribeiro e José Luis da Conceição Silva da Unioeste. Também foi estabelecido convenio internacional com a empresa Seda Y Fibras do Paraguai e Universidad Nacional de Misiones na Argentina.

“Nesse período, tivemos o apoio da Capes e do CNPq para diversos projetos, o que permitiu a consolidação de nosso grupo de pesquisa na UEM com a participação das pós-doutorandas Roxelle Ethienne Ferreira Munhoz e Thaís Souto Bignotto”, reforça.

Maria Aparecida Fernandez e Roxelle Ethienne Ferreira Munhoz 

E foi em apoio ao desenvolvimento do esforço conjunto que se deu a aprovação, pela Seti/UGF, de recursos que possibilitaram a construção do Bloco B-36. O custo final da obra foi R$ 324 mil. O prédio do Laboratório fica atrás do Bloco do PDE (Programa de Desenvolvimento Educacional), no câmpus sede da UEM.