Diferentes possibilidades do uso do teatro como estratégia de intervenção social foram apresentadas na UEM, neste final de semana, dentro do evento Teatro e Transformação Social. Sob organização do professor Murilo dos Santos Moscheta, a atividade foi pensada para criar um fórum de discussão entre profissionais e acadêmicos das artes cênicas e das áreas de educação, saúde e serviço social.
Cerca de 170 pessoas participaram do evento que, segundo o coordenador, “foi uma experiência bastante rica pela possibilidade de conhecer trabalhos inovadores e promover o intercâmbio de informações, debatendo questões e apresentando ferramentas sob uma perspectiva interdisciplinar”.
Moscheta cita, como exemplo, a experiência apresentada por Ester Farmer, envolvendo um conjunto habitacional do Brooklyn, em Nova York, com performances que colocaram a comunidade e policiais numa outra relação, diferente daquela pautada pela vigilância e punição. Nesse caso, os policiais foram convidados a consertar as bicicletas das crianças do bairro. Outra prática citada por ele foi a de montagem de peças coletivas desenvolvidas por Dale Hamilton com comunidades carentes do Canadá. Com um elenco amplo, englobando pessoas da localidade, as peças levantavam questões importantes para os moradores, contribuindo para articulação política do grupo.
“Todas as experiências apresentadas foram importantes e chamaram a atenção para que possamos, nas próximas edições do evento, debater melhor nossas iniciativas”, salientou Moscheta. Uma ação nesse sentido é a possibilidade, criada dentro do evento, de estender a discussão dentro Festival Internacional de Londrina. “O convite partiu do próprio organizador do Filo-Londrina, Paulo Braz, que participou do evento”, disse o professor.
O simpósio foi organizado pelo Departamento de Psicologia e o curso de Artes Cênicas da UEM, em parceria com a Secretaria de Assistência Social de Cidadania de Maringá.