Após três horas de participação na Assembléia Universitária, realizada nesta quinta-feira (6), os servidores da UEM encaminharam dezenas de sugestões para serem incluídas na proposta de reforma administrativa e acadêmica da Universidade, que, até maio deste ano, será discutida e aprovada pelo Conselho Universitário, instância máxima da instituição.

O processo visando à elaboração da proposta levada à discussão na assembléia teve início em agosto de 2007, por meio da Comissão de Sistematização da Reforma Administrativa e Acadêmica, nomeada pelo COU.

Antes de culminar na realização da assembléia, ocorrida no Restaurante Universitário, com a participação de cerca de 500 pessoas, a Comissão abriu prazo para o recebimento de propostas individuais da comunidade universitária e, num segundo momento, recebeu sugestões dos órgãos e setores da UEM.

Entre as diversas sugestões apresentadas, hoje, estão a volta da paridade na eleição para reitor; a participação de técnicos do hospital universitário e das extensões no Conselho de Administração; e a realização de assembléias universitárias deliberativas orçamentárias e de prestação de contas, semestrais.

Também foram propostos a criação dos conselhos de graduação, pós-graduação e de extensão e cultura, de caráter deliberativo; e a criação de uma creche no hospital universitário.

Ao abrir o evento, o reitor Décio Sperandio lembrou que das três assembléias universitárias já realizadas na história da UEM, esta seria a segunda presidida por ele. “Da Reitoria existe a vontade política de implementar um novo modelo administrativo para a universidade”, disse.

Ele explicou que a metodologia que norteou a formulação da proposta apreciada, hoje, na assembléia, se deu a partir de um diagnóstico baseado em três dimensões: acadêmica (centros e departamentos), administrativa e legislativa (conselhos superiores e departamentais).

“O que desejamos é que esta reforma dê flexibilidade nas questões operacionais e estratégicas e dê agilidade nas questões do dia-a-dia”, afirmou. Ele ainda salientou ter a expectativa de que a reforma propicie o exercício da pluralidade, universalidade, solidariedade, ética e excelência.

O vice-presidente da Aduem, Rafael de Souza, disse crer que a assembléia universitária é uma ferramenta democrática de poder na universidade. Souza representou o presidente da entidade no evento, Washington dos Santos.

Éder Rossato, presidente do Sinteemar, ressaltou que a UEM sempre esteve na vanguarda do ensino superior em função do tripé composto pelos professores, alunos e técnico-administrativos. A defasagem salarial dos professores constitui, segundo ele, um desequilíbrio no tripé.

O coordenador do DCE, Tiago José José Alves, criticou a ausência de condições para que alunos das extensões e do período noturno pudessem participar do evento. O coordenador qualificou a proposta de reforma como limitada, uma vez que ela não avança em alguns aspectos, como a não contemplação de mais verbas públicas para a pesquisa.

O diretor da Afuem, José Aguiar de Souza, enfatizou o caráter democrático do processo que culminou na assembléia e disse ter o anseio de que os servidores sejam membros ativos nas instâncias de decisão na UEM. Ele também defendeu a volta da paridade dos votos na instituição.

A sistematização das sugestões feitas na assembléia será feita pela Comissão e remetida para o Conselho Universitário. Depois de discutida e aprovada pelos conselheiros do COU, a reforma será implantada de forma gradativa.